O combate à violência doméstica é um trabalho diário da Brigada Militar (BM) e uma das missões mais importantes é difundir as formas de proteção para a mulher. Por isso, nessa sexta-feira (25), em todo o Rio Grande do Sul, foi realizada a Operação Marias. A mobilização busca fortalecer as ações de proteção, orientando e encaminhando mulheres e seus familiares às formas disponíveis de amparo e proteção, em caso de violência doméstica.
Em Caxias do Sul, um homem de 38 anos foi preso no bairro Cidade Nova. Ele estava com mandado de prisão em aberto por violência doméstica e no local da prisão a BM também localizou drogas. Uma divulgação foi realizada por PMs na Praça Dante Alighieri, além de um reforço nas visitas as vítimas protegidas pela Justiça, trabalho contínuo realizado pela Patrulha Maria da Penha.
A equipe de policiais militares especializados acompanha 107 mulheres que têm medidas protetivas contra ex-companheiros. Deste grupo, 25 já relataram o descumprimento da ordem judicial pelos autores. O homem preso na última quinta-feira (24) tinha mandado de prisão em razão de descumprimento de medida protetiva. De acordo com a BM, este foragido é um exemplo padrão do problema: um homem que não aceita o fim do relacionamento e, reiteradamente, importuna e ameaça sua ex-companheira.
Atualmente, há em vigor 1.195 medidas protetivas de mulheres no município, que determinam que o suspeito não possa se aproximar da vítima ou da casa delas. Estas 107 vítimas acompanhadas pela Patrulha Maria da Penha seriam os casos considerados mais graves, em que o ex-companheiro é mais agressivo ou insistente em importunar esta mulher.
Nos dois primeiros meses de 2022, Caxias registrou 110 casos de agressão contra mulheres. Também houve um caso de tentativa de feminicídio, em janeiro. O bimestre ainda teve 196 ocorrências de ameaça. A soma de todos casos apresenta uma média alarmante: cinco mulheres vítimas de violência doméstica por dia na cidade.
Estes são os casos relatados às polícias, mas é sabido que ainda há situações que não são informadas às autoridades — inclusive, a maioria das vítimas de feminicídios no RS são mulheres que não possuem medidas protetivas. Por isso, o principal intuito da Operação Marias é alertar e conscientizar as vítimas de violência doméstica que não estão sozinhas e devem procurar ajuda do Poder Público. Além da Brigada Militar e da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), há uma rede de apoio disponível para acolher essas mulheres em caso de necessidade.
A Patrulha Maria da Penha
A Patrulha Maria da Penha surgiu em 2012, ano que teve 91 mulheres assassinadas (apenas 16 possuíam medida protetiva) no Rio Grande do Sul e a BM sentiu a necessidade de reforçar a atuação na rede de proteção. O acompanhamento policial acabou por responder as críticas, que apontavam que a medida protetiva era apenas um papel, portanto a mulher continuava exposta ao agressor, que não ficava preso.
Em Caxias do Sul, nestes oito anos, já foram acompanhadas mais de 2 mil mulheres com medidas protetivas. Os policiais que compõe a Patrulha têm orgulho de dizer que nenhuma mulher protegida foi vítima de feminicídio.
Violência doméstica em Caxias do Sul:
Em janeiro e fevereiro (59 dias):
:: 196 ocorrências de ameaça
:: 110 casos de agressão em contra mulheres
:: 6 estupros
:: 1 tentativa de feminicídio
Onde buscar ajuda
:: Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam): (54) 3220-9280
:: Patrulha Maria da Penha: (54) 98423-2154 (o número está disponível para ligações e mensagens de WhatsApp)
:: Central de Atendimento à Mulher: telefone 180
:: Coordenadoria da Mulher: (54) 3218-6026
:: Centro de Referência para a Mulher: (54) 3218-6112