Após um mês de investigações, a Polícia Civil de Canela ainda não tem uma resposta para o que aconteceu com o contador aposentado Antonio Ide Cavalli, 69 anos, em Canela. Ele é considerado desaparecido desde o dia 9 de dezembro, quando familiares acionaram a delegacia local. O apartamento da vítima foi encontrado arrombado e a Polícia Civil acredita que uma quantia em dinheiro foi levada do local. Portanto, a principal linha de investigação aponta para um caso de roubo e sequestro. Nenhum suspeito foi identificado e o contador ainda não foi localizado.
O delegado Vladimir Medeiros afirma que a investigação analisou centenas de imagens captadas por mais de 40 câmeras de monitoramento e ouviu dezenas de pessoas, seja formalmente ou informalmente. Cavalli foi visto pela última vez na noite do dia 5 de dezembro, quando caminhava próximo do apartamento em que morava, na área central de Canela.
Depois, a caminhonete dele, uma Sportage prata ano 2009, é vista deixando a cidade e seguindo para a localidade de Passo do Inferno, que dá acesso ao interior de São Francisco de Paula e Caxias do Sul. O veículo, assim com o contador aposentado, ainda não foi encontrado. O número da placa da caminhonete termina com o numeral 1030. A Polícia Civil não informa quantas pessoas tripulavam a caminhonete nestas imagens.
Diante da falta de elementos, os esforços da investigação são para localizar o automóvel da vítima. Para isso, a polícia pede apoio da comunidade. Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Cavalli ou de sua caminhonete pode repassar à Delegacia de Canela pelo telefone (54) 3282.1212 ou pelo aplicativo WhatsApp no número (54) 99614.4216. Não é preciso se identificar.
— Realizamos todo tipo de diligência possíveis, dentre elas a análise de centenas de horas de sistemas de segurança. Conseguimos apurar que o veículo sai da residência e se dirige para o Passo do Inferno. Detalhes da investigação não estamos passando para poder resguardar a conclusão do inquérito e os resultados — afirma o delegado de Canela.
Para este caso, os investigadores de Canela contam com apoio especializado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O delegado Medeiros argumenta que as dificuldades da investigação advém da demora de quatro dias para a comunicação do desaparecimento e o perfil reservado da vítima.
— Tivemos dificuldades para iniciar as investigações e aquelas primeiras horas (de um desaparecimento) geralmente são as mais importantes. Isso aconteceu pela vítima sempre ter sido reservada, com poucos vínculos pessoais. Este perfil também torna mais complicado ter elementos para verificar e comprovar os fatos. Com o passar do tempo fica ainda mais difícil (a investigação), mas este segue como o caso prioritário na Delegacia de Polícia de Canela — garante Medeiros.
A suspeita de um crime patrimonial tem como base o fato do apartamento de Cavalli ter sido arrombado. No dia 10 de dezembro, uma equipe de peritos foi até o apartamento para coleta de provas. Segundo Medeiros, a análise técnica também tinha o objetivo de identificar se a porta foi forçada pelo lado de dentro ou de fora.
A hipótese é que o contador guardava uma grande quantia em dinheiro na residência — o valor não é confirmado pelos investigadores —, o que sustenta a hipótese de um assalto. A Polícia Civil afirma que mantém contato constante com familiares da vítima, mas que nenhum pedido de resgate foi feito — o que diminui as chances de um possível sequestro.
— Não descartamos que (a vítima) tenha saído (de casa) por conta própria, mas não é a linha de investigação principal. O que nos leva crer é que havia um arrombamento na residência dele. Também temos a convicção de que valores em dinheiro teriam sido subtraídos da residência — afirma o delegado.