O furto de envelopes de dentro de caixas eletrônicos, como os registrados em Caxias do Sul no fim de semana, não é uma modalidade nova de ataque a instituições bancárias, mas ela não é comum. É o que afirma o titular do 1º Distrito Policial, delegado Vitor Carnaúba.
Por volta das 9h40min de domingo (18), um homem vestindo jaqueta preta e boné conseguiu retirar 19 envelopes com dinheiro e três de cheques de dentro de um caixa eletrônico da agência do Banco do Brasil do bairro Pio X. Cerca de 40 minutos depois, um homem com características semelhantes entrou em outra agência do Banco do Brasil, no bairro Lourdes, e utilizou a mesma técnica para furtar mais envelopes.
Conforme a ocorrência policial, o prejuízo na agência Pio X chegou a R$ 12.138 em dinheiro e R$ 2.859 em cheques, totalizando R$ 14.997. Já na unidade de Lourdes, embora a ocorrência mencione cerca de 20 envelopes, uma lista entregue à Polícia Civil menciona 25 depósitos, 19 em dinheiro e seis em cheque. Somados, os valores chegam a R$ 17.335, 46.
As ocorrências não mencionam que tipo de objeto o ladrão utilizou para acessar o interior do equipamento sem causar danos. Segundo o delegado plantonista Ives Trindade, porém, a técnica é conhecida como "pescaria".
— Os criminosos inserem um dispositivo dentro da máquina, no compartimento onde as pessoas colocam o envelope, e aí não danifica o equipamento — revela Trindade.
Carnaúba, titular da delegacia responsável pelas investigações, disse que deve solicitar as imagens das câmeras de seguranças das agências atacadas para tentar identificar os criminosos. O pedido ainda não foi encaminhado ao banco porque, por volta das 9h desta terça-feira (20), o delegado ainda não havia recebido a ocorrência.
— É raro esse tipo de crime, mas já aconteceu. São quadrilhas especializadas, que normalmente vêm de fora do Estado. Eles têm uma técnica diferente, que não se compara com aqueles ataques que envolvem explosões — destaca Carnaúba.
A reportagem não conseguiu contato com representantes da agência de Nossa Senhora de Lourdes. Já na agência do bairro Pio X, o funcionário disse não estar autorizado a passar informações nem a divulgar as imagens da ação. A reportagem também entrou em contato com a assessoria de imprensa do Banco do Brasil, mas até as 13h30min desta terça não havia recebido retorno. A recomendação da Polícia Civil é que, em caso de dúvidas, quem depositou dinheiro nessas agências ou receberia o dinheiro depositado, procure o Banco do Brasil.