Enquanto neste início de 2019 em Caxias do Sul e Bento Gonçalves os assassinatos se reduziram pela metade, a Serra vê a violência se espalhar: 13 municípios da região registraram mortes pela violência em janeiro. Para comparação, no mesmo período do ano passado eram apenas sete cidades com homicídios. No total, porém, são cinco mortes a menos na região.
O primeiro mês de 2019 acendeu o alerta em Farroupilha, que registrou quatro assassinatos — mais da metade do ocorrido em todo o ano passado, que teve sete casos, com o primeiro homicídio acontecendo no mês de março. A explicação, como já é tradicional diante de picos de violência no Rio Grande do Sul, seriam as disputas do tráfico e consumo de drogas.
— O que temos de informação é que a maioria foi relacionada pelo tráfico de drogas. Nossas prisões por tráfico tiveram um aumento de 400% no ano passado. Estamos analisando o cenário e buscando mais informações sobre os pontos de drogas da cidade — aponta o tenente-coronel Lucio Henrique de Castilhos Alencastro, que assumiu o comando do 36º Batalhão de Polícia Militar (36º BPM) na quinta-feira, após quatro anos atuando na Defesa Civil no Estado.
Dos quatro casos, dois já estão esclarecidos. Um homem de 32 anos foi preso em flagrante pela BM após matar o padrasto a golpes de espeto. Sobre a execução de uma mulher de 39 anos no Primeiro de Maio, a Polícia Civil prendeu um suspeito e aponta que o endereço era um ponto de tráfico. A execução de um homem com 13 tiros no bairro São José e o tiroteio com um morto em um bar do Primeiro de Maio seguem em investigação.
— O que nos cabe é encontrar a autoria e responsabilizar criminalmente os autores. Já temos dois casos esclarecidos e um terceiro bem avançado. Não temos informações para afirmar que são disputas de tráfico de drogas, mas não descartamos essa linha — opina o delegado Rodrigo Morale.
As forças policiais descartam o envolvimento de facções ou uma movimentação diferente do tráfico da cidade.
— Não é só em Farroupilha, é em várias cidades: homicídios estão quase sempre ligados a drogas. Não é um fator novo e não somente para homicídios, também roubos e furtos praticados para comprar drogas. Mas são traficantes da cidade — aponta o tenente-coronel Alencastro.