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Os quatro homens detidos no final da tarde de terça-feira (16), em Caxias do Sul, com placas de duas camionetes roubadas em foram beneficiados com a liberdade provisória, menos de 24 horas após o flagrante. Até às 19h desta quarta-feira, contudo, a soltura dependia de processos burocráticos junto à Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
O grupo foi localizado em uma propriedade rural em Criúva que, segundo a Polícia Civil, seria utilizado para receber e esconder os veículos "adquiridos" por ladrões. Conforme a investigação, esta organização criminosa é especializada na clonagem de automóveis e negociaria em outros estados e até no Paraguai.
O flagrante por receptação foi analisado na manhã desta quarta-feira, quando o juiz responsável pela 2ª Vara Criminal determinou a liberdade provisória dos envolvidos. O delegado Adriano Linhares, da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) evitou comentar a decisão judicial e afirmou que a investigação prossegue.
— Este ainda é um pontapé inicial. Continuamos juntando elementos até o fechamento do inquérito. Queremos definir a participação de cada membro para comprovar a associação criminosa. Há muitos outros investigados, incluindo alguns que já estão presos — relata o chefe da Defrec.
Entre os presos em Criúva, estão pai e filho. Antônio Irotide Clemente Pinto, 58 anos, já havia sido flagrado com dois veículos roubados no final de março em propriedade rural próximo ao quilômetro 130 da BR-116. Após ter a liberdade concedida, de acordo com a Polícia Civil, o patriarca, junto com comparsas, teria procurado um outro esconderijo para manter a prática criminosa, justamente o ponto em que ocorreu a a prisão desta terça-feira.
A investigação aponta que estes sítios recebiam automóveis roubados por comparsas. No local, a quadrilha trocava as placas e enviava os veículos para Passo Fundo. Na sequência, ocorreria a venda dos automóveis clonados para outros estados e, possivelmente, para o Paraguai. No mês passado, Anderson dos Santos Clemente Pinto, 32 anos, que é filho de Antônio Irotide, foi detido na cidade de Santa Terezinha do Itaipu, no Paraná, com um carro roubado em Caxias do Sul.
O delegado Linhares ressalta que pai e filho, ambos em liberdade novamente, são uma peça central desta organização criminosa investigada.
— Quando prendemos um (criminoso) logo aparece outro lugar, pois há um aparato logístico por trás. Este é o nosso foco, combater estes que dão todo este suporte e fomentam (estes ladrões de carro). Este é um dos elementos fundamentais deste grupo, pois tem este contato com outras unidades da federação e envolvia sua família (na prática criminosa) — aponta.