
Uma briga dentro de uma casa noturna motivou a execução de Luan Padilha da Silva de Freitas, 14 anos, em 2016. O adolescente, conforme a Polícia Civil, teria acertado um soco em outro jovem, que possui relações com criminosos do bairro Euzébio Beltrão de Queiróz. Após a confusão, o desafeto teria ido buscar uma arma e esperou Luan sair da festa na Perimetral Norte, no bairro São José. Luan foi um dos 25 adolescentes e crianças que foram mortos em Caxias do Sul nos últimos três anos.
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O crime ocorreu em 10 de junho de 2016, mas o inquérito policial só foi concluído em 27 de junho de 2018. Luan foi executado com diversos tiros por três tripulantes de um Astra azul escuro. Conforme a investigação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), durante a festa, o rapaz teria agredido um adolescente, de 16 anos na época, envolvido com o tráfico de drogas no bairro Euzébio Beltrão de Queiróz. Este jovem foi reconhecido por testemunhas como sendo o autor dos tiros. O menor de idade é o mesmo responsabilizado pelo homicídio de Tiago Wolf da Rosa e, como já havia feito naquela ocasião, colocou uma foto da vítima em suas redes sociais e também espalhado a notícia pelo seu bairro como forma de demonstrar poder.

O outro adolescente envolvido, o mesmo responsabilizado pela morte de João Vitor Santos da Silva, também estava na festa, foi visto no Astra e é sobrinho de Eduardo Junior da Rosa, 34 anos, conhecido como Foguinho, que é o proprietário do automóvel. A arma utilizada, conforme a investigação, foi uma pistola .40 comprada de forma ilegal por Rosa algumas semanas antes do crime.
Em depoimento, os três suspeitos negaram participação no homicídio, mas disseram saber que Luan foi morto em razão de uma briga dentro da festa. Após uma contradição, Rosa assumiu que o veículo utilizado era o seu Astra, mas alegou que, naquela noite, o automóvel estava com Cristiano Nunes, morto ao tentar assaltar uma revenda de carros do Pio XII no dia 4 de junho de 2017.