Anderson Lima de Miranda, 36 anos, conhecido como Mirandinha, foi condenado a 36 anos e sete meses de reclusão por duplo homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio contra policiais militares. A execução seguida de confronto com a Brigada Militar (BM) ocorreu no dia 16 de outubro de 2016 e escancarou a movimentação e poder de fogo da primeira facção indiciada em Caxias do Sul. Com esta sentença, Mirandinha soma uma pena total de 51 anos e dois meses. Ele está recolhido na Penitenciária Estadual na localidade do Apanhador.
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Naquela noite, cinco criminosos dispararam mais de 40 tiros no bairro Planalto para matar Jonas Almeida de Mello, um suposto rival na venda de drogas. Os disparos também vitimaram a comissária de bordo Lilian Cassini, namorada do alvo da emboscada. Os assassinos foram perseguidos por policiais militares até a Vila Ipiranga, onde houve confronto e quatro criminosos tombaram. O único sobrevivente foi Anderson Lima de Miranda, condenado no Tribunal do Júri desta sexta-feira.
Os fatos daquela noite, aliado a informações sobre um plano de vingança contra brigadianos que nunca se concretizou, desencadearam a Operação Fratelli. O indiciamento de 19 investigados por associação criminosa em 18 de abril de 2017 foi a primeira vez que a Polícia Civil e o Ministério Público confirmaram oficialmente a ação de uma facção no município. Na época, o relatório policial de 24 páginas apontava o domínio da organização criminosa sobre a venda de drogas em cinco bairros: Planalto, Reolon, Santa Fé, Pioneiro e Cinquentenário II.