A defesa de Grislei Gonçalves Leal, 33 anos, contesta a investigação da Polícia Civil que apontou seu cliente como líder de uma facção criminosa e principal fornecedor de crack e cocaína em Canela. O principal argumento do advogado Douglas Alessander Schmitt Roos é que o próprio Ministério Público (MP) foi contra a prisão preventiva e não há nenhuma ação judicializada contra Leal.
— A prisão preventiva foi decretada por um processo de roubo a uma loja do Centro de Canela e a defesa entende que os elementos são muito frágeis. Inclusive, o Ministério Público foi contra esta prisão preventiva. A última suposta conduta criminosa é de julho de 2017. Fazem mais de 10 meses (do crime) e não há nenhum outro fato contra ele, por isso não é necessária a medida cautelar — argumenta.
A defesa representou por uma ordem de habeas corpus que está em julgamento na 6ª Câmara Criminal e um pedido de relaxamento de prisão que está em tramitação na 2ª Vara Criminal de Canela. De acordo com Roos, Leal é um microempresário proprietário de duas lavagens de carro no município e não tem qualquer relação com tráfico de drogas e facções criminosas.
— Negamos qualquer envolvimento com facção criminosa ou homicídio. O único caso (de homicídio) em que aparece é o que foi ouvido apenas como testemunha. Dos outros roubos, nada se sustenta. Repito que não existe qualquer ação judicial, ou seja, (Leal) ainda não responde por nenhum processo crime. São só investigações policiais — afirma o defensor.
A prisão
Conhecido como Playboy, Leal foi preso preventivamente na tarde de quarta-feira. Investigado há três anos, ele foi apontado como articulador para uma facção criminosa da Região Metropolitana. Entre suas atribuições, Leal deveria angariar os traficantes de Canela para venderem apenas as drogas da facção.
O delegado Vladimir Medeiros, titular da Delegacia de Canela, afirmou, na época, que aquela era a prisão mais importante do ano.
— A facção usa de violência incomum para os padrões de Canela, sendo responsável pela mudança do perfil de criminalidade na cidade, devendo ser coibida com todas as forças pela Polícia Civil, que se dedicou muito para que esta prisão ocorresse.
