A empresária Márcia Cappelletti, 53 anos, dona da danceteria Libertá, morreu neste sábado (11), em Caxias do Sul. Ela era filha de Reni Cappelletti e de Adilce Luchtemberg, proprietária da também tradicional casa noturna Chardonnay - A Rainha da Noite.
Márcia sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) na manhã de domingo (5) e, desde então, estava internada no Hospital da Unimed. A morte cerebral foi diagnosticada no início da tarde desta terça-feira (7), o que levou muitas pessoas a se despedirem da empresária nas redes sociais. Márcia foi mantida respirando por meio de aparelhos e o óbito só foi confirmado na madrugada deste sábado (11).
Segundo familiares, Márcia não tinha problemas aparentes de saúde. No domingo, ela e o marido, o músico Salatiel da Rosa, 58 anos, chegaram em casa por volta das 6h - depois de passarem a noite trabalhando na Libertá. Por volta das 11h, ele acordou com o latido do cão da família, que estava ao lado de Márcia. Só então percebeu que a esposa passava mal. Dali, ela foi levada de ambulância para o Hospital da Unimed. A empresária chegou a ser submetida a uma cirurgia, mas o quadro de saúde se agravou.
Dona da Libertá havia 14 anos, Márcia era natural de Caxias do Sul e deixa um filho, Marcel, 25. A abertura da Libertá foi um sonho realizado por ela nos anos 2000. Durante duas décadas, a empresária trabalhou ao lado da mãe na Chardonnay, na Rua Vinte de Setembro, no Centro. Na casa noturna de Adilce, inaugurada em 1985, Márcia conheceu músicos regionais e de apelo nacional como Moacyr Franco, Os Monarcas, Teodoro e Sampaio, Os Atuais, Agnaldo Rayol e Gaúcho da Fronteira.
A experiência adquirida na Chardonnay levou Márcia e o marido a investirem na própria danceteria no final da Rua Treze de Maio, no bairro Cristo Redentor, em setembro de 2005. Em pouco tempo, a casa virou referência na vida noturna caxiense e sinônimo de festas animadas por artistas diversos. Numa entrevista ao Pioneiro, no mesmo ano de abertura da Libertá, a empresária definiu sua ligação com a música e a vida noturna.
— Não sou uma cantora profissional, apenas gosto de cantar. E me divirto muito fazendo isso.
O empenho do casal para manter a danceteria deu certo. A Libertá é uma das poucas casas noturnas com mais de 10 anos de atuação em Caxias do Sul, pois geralmente esse tipo de negócio tem um ciclo bem mais curto.
Vicente Homero Perini Filho, presidente do Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho (SEGH) conheceu Márcia ainda no tempo da Chardonnay, época em que a danceteria de Adilce concorria com a extinta A Taberna, no bairro Cruzeiro.
— Fico muito triste com a morte, nos pegou de surpresa. Éramos concorrentes, mas sempre houve cordialidade. Nesse ramo, tem que ser parceiro. A Márcia foi uma pessoa que sempre se dedicou muito. Perdemos uma grande empresária da vida noturna, pois se a danceteria já existe há 14 anos é porque é um trabalho bem realizado — lamenta Perini.
Além da mãe, do marido e do filho, Márcia deixa os irmãos Carlos, Paulo e Willian.
O velório de Márcia ocorre na Capela A do Memorial São José de Caxias do Sul. A cremação ocorre neste sábado, às 18h, no Memorial Crematório São José.