CORREÇÃO: em maio deste ano, o número total de pacientes em fila de espera para consulta com especialistas em Caxias do Sul era de 37.544 pessoas, e não 28.954. Hoje, são 32.909, considerando levantamento feito até 30 de novembro, e não 21.389. A redução é, portanto, de 12,4%, e não 25%. Os números consideram 38 diferentes especialidades, em vez das 27 selecionadas citadas originalmente. A informação incorreta permaneceu publicada entre as 20h47min do dia 4 de dezembro e as 18h15min do dia 7 de dezembro.
As filas para consulta com médicos especialistas, para pequenas cirurgias e para a realização de alguns exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Caxias do Sul ainda assustam, mas têm diminuído. Em maio, 37.544 pessoas esperavam por atendimento, conforme levantamento do Pioneiro. Hoje, já são 32.909, uma diminuição de 12,4%.
De lá para cá, passaram-se seis meses e a prefeitura empreendeu algumas medidas para diminuir a fila — notadamente, a realização de dois mutirões em domingos de setembro e novembro. No total, 995 pessoas foram atendidas nos dois dias, mas a Secretaria da Saúde credita a redução da espera também à atualização das listas, por meio do contato e verificação com os pacientes. Entre as especialidades contempladas nos mutirões, a fila para atendimento com gastro, otorrino e neurologista baixou mais de 60%. A demanda reprimida para ver um cardiologista, que era de 1.776 pacientes em maio, caiu praticamente pela metade. Hoje, 898 pessoas ainda aguardam atendimento.
Já em outras especialidades, o problema foi reduzida com ações específicas. Lauren Moreira, coordenadora do Centro Especializado de Saúde (CES), destaca o Programa Respirando em Casa, que zerou a lista de espera para atendimento com oxigênio domiciliar. Ela também destaca a efetividade dos atendimentos pediátricos, que costumam ter fila menor no CES.
— A especialidade pediátrica com demanda reprimida é a neuro, em função de encaminhamentos pelas dificuldades escolares. A pediatria da rede básica tem tido grande resolução — aponta.
Ela estima que em torno de 20 pacientes entrem na fila de espera nas principais especialidades por dia. Há outros atendimentos, no entanto, nos quais o município ainda patina para dar conta. É o caso da oftalmologia, que tem quase 3 mil pessoas na fila, 32% pacientes a mais do que em abril; e da psiquiatria, cuja espera mais que dobrou em seis meses: eram 750 pacientes aguardando em maio e agora são 1.618. As duas especialidades não foram oferecidas nos mutirões.
Ausências a consultas preocupam
Conforme Nicole Golin, diretora de especialidades da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o município ainda avalia se realizará novas iniciativas, mas há preocupação com a ausência dos pacientes nos agendamentos. O primeiro mutirão, em setembro, registrou 27% de ausência. No segundo, foram 19,3%, considerando apenas os atendimentos médicos (também havia consultas com psicólogo).
— Vamos avaliar com mais cuidado para ver o valor de replicar a proposta ou não. Nossa impressão é que teve um bom comparecimento. Oferecemos várias áreas, houve variação entre cada uma, mas a avaliação é positiva. Mesmo assim, há áreas com filas muito grandes, como ortopedia, em que ainda temos uma margem de falta elevada. Da mesma forma fono, que o atendimento é principalmente com crianças e tivemos um número maior que o mutirão anterior de faltas — lamenta.
Para a Nicole, as ausências são indicativo de que há pessoas que não têm mais interesse nos atendimentos. Ela pede que a população comunique a unidade básica de saúde (UBS) quando deseja desistir do atendimento, para que a consulta possa ser ofertada a outro paciente.
— O que isso está nos mostrando é que essa imensa lista de espera não é real. Tem muito menos pessoas realmente precisando do que as que estão colocadas nessa lista — avalia.