O homem detido pela Polícia Civil no bairro Serrano, em Caxias do Sul, na tarde de quarta-feira, confessou ter raptado, estuprado e matado Naiara Soares Gomes, sete anos. Após saber do seu mandado de prisão temporária, o investigado aceitou falar e deu detalhes sobre os dois crimes sexuais contra crianças pelos quais é investigado. O depoimento oficial, que envolveu três delegados na Central de Polícia, começou às 20h e terminou depois da meia-noite.
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O relato confirmou o que os investigadores previam: o homem atuava como um predador e ia para as ruas premeditado a raptar crianças. Seu alvos prediletos eram meninas de menos 10 anos que seguiam sozinhas para a escola.
O preso relatou que utilizou uma mochila de bicho de pelúcia para atrair Naiara até o seu carro. No carro, ele levava uma garrafa de cachaça bem adocicada e convenceu a menina a beber. Embriagada e na carona do Palio branco, Naiara pegou no sono e foi carregada no colo quando chegaram na casa do investigado, uma casa alugada no bairro Serrano.
Durante o estupro, a menina voltou a consciência e gritou. Nervoso com a reação, o homem utilizou força de mais e matou Naiara. Preliminarmente, a Polícia Civil, junto com os peritos, encontrou sinais de sufocamento e uma lesão na coluna vertebral da vítima.
Ao perceber que a menina estava morta, o investigado enrolou a vítima em um cobertor e a levou de volta até o Palio Branco. Em seguida, ele dirigiu mais de 12 quilômetros até uma estrada vicinal da Rota do Sol (RSC-453), próximo a Represa do Faxinal, uma região quase desabitada onde o corpo foi escondido em um matagal.
Após o depoimento, já na madrugada de quinta-feira, o homem preso no bairro Serrano foi transferido para o Presídio Regional de Caxias do Sul. Ele foi recolhido em uma cela individual para resguardar sua integridade física. A Superintendências dos Serviços Penitenciários (Susepe) ressalta que sua obrigação legal é resguardar a integridade física de qualquer pessoa presa, independente do crime o qual cometeu ou é investigado.
Nome não divulgado
Os inúmeros boatos e informações falsas que rodearam o Caso Naiara levaram a Polícia Civil a blindar a investigação. O acordo de não repassar qualquer informação sobre a investigação era evidente na fisionomia dos policiais envolvidos e ficou ainda mais forte na quarta-feira, dia da prisão. Assim, o nome do preso temporariamente, em nenhum momento, foi divulgado oficialmente pela Polícia Civil.
A justificativa da Polícia Civil é que a prisão é temporária e há temor de que a comoção popular resulte em outro crime. Mesmo que não existam dúvidas sobre a autoria do crime, juridicamente esta ainda é considerada uma fase preliminar das investigações.