Foi da janela do sítio que o policial civil aposentado Edi Paulo Dalbosco vislumbrou um cusco preto incrustado numa porteira na última terça-feira. Não seria nada demais, afinal todo campo tem cachorro solto. Mas entre uma lida e outra na localidade de Cadeinha/Muniz, interior de São Francisco de Paula, Dalbosco percebeu que as horas passavam e o cusco não arredava de perto da cancela. O policial levou água, levou comida e nada do bicho sair do lugar.
Na quarta-feira, Dalbosco topou novamente com o cão na mesma posição. Nesta quinta-feira, a cena se repetiu. Segundo o policial, o cachorro dorme sobre o pasto ao lado da porteira. Às vezes, o animal sai para dar uma volta, mas sempre retorna ao mesmo lugar. Numa conversa com vizinhos, Dalbosco descobriu que o cão não está procurando um novo lar. Na verdade, ele está à espera do dono.
— Tentei trazer para perto, mas o cachorro não quer saber. Soubemos que o dono teria voltado para a cidade na terça-feira. O cão acabou perdendo o rastro e parou ali na cancela, que leva para a Estrada do Baú — conta Dalbosco.
O problema é que ninguém na vizinhança tem o contato do cuidador do cusco. Dele, a turma do campo sabe apenas o primeiro nome. Os moradores da Cadeinha/Muniz têm uma teoria: o dono pode estar imaginando que perdeu o cachorro.
— Sempre tem cão perdido no campo. Quem vem com os bichos da cidade sabe que isso é comum, pois eles saem para passear no meio do mato e não voltam. Não é fácil encontrar, mas os cães geralmente retornam. O incrível é esse cão ficar ali à espera.
Se você conhece o cão da foto ou o dono dele, basta ligar para o policial no telefone (54) 99954-9644.