A Polícia Civil de Caxias do Sul conseguiu relacionar mais um assassinato com o grupo criminosos que é uma ramificação de uma facção de Porto Alegre. Ronaldo de Almeida, 31 anos, foi morto no dia 17 de agosto do ano passado e a investigação apontou que a vítima, que chegou a ser morador de rua e receber atendimento na assistência social do município, era um traficante que se recusou a vender drogas para o grupo que, na época, estava em expansão em Caxias do Sul. O inquérito, no entanto, foi concluído sem indiciamento, pois os dois autores do homicídio já teriam morrido.
A execução ocorreu na Rua Rômulo Carbone, no bairro Primeiro de Maio. Almeida possuía diversos antecedentes criminais e estava em prisão domiciliar desde o dia 6 de junho. No momento do crime, inclusive, ele estaria traficando e entorpecentes foram apreendidos em seu bolso.
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— O relato das testemunhas é de que ele não era um grande traficante, mas vendia drogas e, inclusive, aliciava outros moradores do bairro para vender os seus entorpecentes. As testemunhas também reconheceram os autores do crime, afinal todos os envolvidos faziam parte deste contexto do bairro Primeiro de Maio — relata o delegado Rodrigo Kegler Duarte Duarte.
Um dos reconhecidos pelo assassinato foi Rodrigo de Andrade de Matos, 20, que morreu em confronto com a Brigada Militar (BM), também no bairro Primeiro de Maio, na manhã de 23 de novembro do ano passado. Ele estava em uma residência com outros três jovens, que também morreram na troca de tiros. No local, a BM apreendeu três revólveres calibre .38, uma espingarda .12, duas armas artesanais calibre .12 e um revólver artesanal, além de três coletes balísticos.
Matador discutiu com líderes e foi executado
O outro autor da morte de Almeida, conforme a Delegacia de Homicídios, seria Michael Douglas Rodrigues Almada, conhecido como Japa, 20. Seu corpo foi encontrado no dia 21 de setembro, pouco mais de um mês após o assassinato de Almeida, na Estrada Quinto Slomp, que liga os bairros Forqueta e Desvio Rizzo. O cadáver apresentava diversos ferimentos de tiros, mas os investigadores aguardavam a necropsia para determinar se o homicídio ocorreu naquele local ou se o corpo foi apenas largado na estrada.
Almada seria um dos matadores desta facção e é investigado em outros homicídios do ano passado. No entanto, ele teria entrado em conflito com lideranças do grupo e, assim, teve a morte ordenada pelo próprio bando. O assassinato de Almada segue em investigação pela Delegacia de Homicídios.