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Não bastasse o trauma de ficar sob a mira de uma arma, uma família de Flores da Cunha precisa lidar com outro sentimento: a falta do cachorro roubado durante um assalto. Desde o crime, que aconteceu na noite de domingo na localidade de Otávio Rocha, a família procura por Bolota, um pug de dois anos de idade.
– Ele sempre estava com nós. Toma remédio controlado, pois tem algumas feridas no corpo. Já procuramos, divulgamos nas redes sociais, mas até agora não apareceu – desabafa a proprietária, que prefere não se identificar já que a família foi ameaçada.
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Conforme as vítimas, quatro criminosos, sendo três encapuzados, invadiram a residência, localizada na Rua Uva Isabel, e anunciaram o assalto por volta das 22h30min. Com as mãos amarradas, as vítimas foram trancadas no banheiro. Além do cachorro, foram roubados diversos eletrônicos, incluindo TVs, micro-ondas e notebook, dinheiro, roupas, calçados e cartões bancários. Após agredirem os moradores, os criminosos fugiram em um Doblò de um amigo da família.
A esperança de encontrar o cão é o que dá forças para que as buscas continuem. Até o fechamento desta edição, a polícia não havia identificado os ladrões.
– Nós vamos dar prioridade pelo fato de envolver mais do que o aspecto patrimonial, envolve uma vida. Nos próximos dias, as vítimas devem vir até a delegacia e consultar um álbum que temos em parceria com a Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), onde constam fotos de pessoas que cometem crimes aqui na cidade – explica a delegada Aline Martinelli.
A Polícia Civil não descarta a possibilidade de que os criminosos também sejam os responsáveis por outra assalto a residência na madrugada de sexta-feira. Na ocasião, um casal foi rendido e amarrado com lacres e fitas adesivas. De acordo com a Brigada Militar, as vítimas foram surpreendidas por dois homens armados, por volta das 23h, quando abriram a porta da moradia, no Travessão Sete de Setembro.
– Temos uma investigação em andamento, mas ainda é cedo para afirmar a autoria. O que tem acontecido muito aqui em Flores da Cunha são crimes cometidos por moradores de outras cidades da região – ressalta Aline.
Para a delegada, a falta de policiamento ostensivo no interior da cidade, como em Otávio Rocha e Sete de Setembro, facilita a ação dos bandidos.
– A região mais afetada da área central da cidade carece de policiamento. E isso acontece muito pela falta de incentivo financeiro do governo e de melhores condições de trabalho. Sem policiais nas ruas, não tem como prevenir os crimes – resume Aline.
Denúncias podem ser encaminhadas para o telefone da delegacia (54) 3292.2100, em horário comercial, ou para o 190 da Brigada Militar.