Até o fim do mês, o Executivo encaminhará ao Legislativo a proposta da Política de Proteção Animal, que estabelecerá regras para amenizar a proliferação de bichos abandonados, por exemplo. Contudo, uma antiga polêmica ainda não está contemplada: quem é o responsável pelo socorro de animais feridos ou mortos em via pública, especialmente os de grande porte?
Leia mais
Direção da Soama pede para sair e município assumirá cuidado de animais
"Saímos com o coração tranquilo", diz diretora da Soama, de Caxias
Dias atrás, a agonia de um cavalo atropelado despertou, além da comoção, a percepção de que é preciso articular políticas que atendam a situações como essa. A cena foi presenciada há cerca de duas semanas pela diretora de marketing da Soama, Natasha Valenti, no bairro Bela Vista. Por horas, a voluntária e vizinhos da rua procuraram um órgão que pudesse prestar socorro. Sem resposta, o bicho precisou ser sacrificado. Em Caxias, há somente o serviço de remoção de bichos mortos a cargo da Codeca.
– Não é possível que uma cidade do tamanho de Caxias do Sul não tenha estrutura para esta situação. Se eu não tivesse passado ali casualmente, ela ficaria dias na via, jogada, morrendo, sofrendo – pontua Natasha.
Um voluntário, que exercia o serviço de socorro a bichos de grande porte na cidade, abriu mão da atividade diante do conflito de entidades sobre o comando da Soama. A atual administração, que inclui Natasha, pediu para deixar a chácara. O debate de políticas públicas que contemplem questões como esta é vista como urgente pelo promotor de Justiça Ádrio Gelatti.
– Não podemos tratar como questões pontuais, que uma política municipal deva pensar somente em cachorros. É permitido o fluxo de cavalos em via pública? E carroças, charretes? Há cidades em que não pode, qual é a situação de Caxias do Sul? – questiona.
O secretário Adivandro Rech tem outro entendimento:
– É preciso responsabilizar o dono deste animal. Afinal, o cavalo possivelmente serviu uma vida inteira ao dono e, de repente, não presta mais, é jogado em um terreno para que morra atropelado? Não podemos admitir que isso se restrinja a um cuidado emergência.
De quem é a responsabilidade
Caxias do Sul está sem serviço de socorro a bichos atropelados
Atividade era exercida por voluntário, que desistiu de ajudar por conta de polêmicas
Raquel Fronza
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project