A Polícia Civil de Nova Roma do Sul, na Serra, investiga suspeitas de agressão contra uma criança de quatro anos, que teriam sido cometidos pela diretora de um estabelecimento de ensino da cidade. O fato, que teria acontecido no dia 7 de julho, foi registrado em boletins de ocorrência por funcionários da escola, pela família e pelo Conselho Tutelar.
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Conforme a versão de familiares, o menino é autista e teria sido vítima de chutes, socos e agressões verbais. O pai, um agricultor de 49 anos, conta que foi avisado pela equipe de professores sobre a sequência de maus-tratos que o menino sofreria. Os profissionais já tinham ido à delegacia registrar a ocorrência, e indicaram que o pai fizesse o mesmo. A diretora foi afastada do cargo pela Secretaria Municipal de Educação até que o assunto seja esclarecido.
– Eles me mostraram uns vídeos que mostram ela maltratando meu filho. Fiquei louco, desesperado – afirma o agricultor.
O comportamento da criança, que já é bastante agitada, teria mudado muito no último mês. Segundo o pai, ela pegou das mãos da mãe um alicate e pedia que abrisse a boca. Repetia a cena insistentemente. A família, no entanto, não entendia o pedido.
– Então, me contaram que a diretora ameaçava ele com um alicate. Ela pedia que ele abrisse a boca para pegar a língua com um alicate – conta o pai.
A situação virou assunto entre os pouco mais de 3,3 mil moradores e causou comoção. O Conselho Tutelar foi acionado por diversos nova-romenses, e acompanha o caso.
– Além das agressões, o relato é de que a criança seria excluída de diversas atividades na escola, em decorrência do comportamento que não era comum à turma – afirma a conselheira tutelar Alexandra Zanatta Borella.
O caso já é de conhecimento do Ministério Público de Antônio Prado, responsável pela região de Nova Roma do Sul. No entanto, o promotor Stéfano Lobato Kaltbach afirma que ainda não é possível indicar se houve, de fato, a agressão. O MP, no entanto, promete averiguar o caso.
A Secretaria de Educação instaurou um processo administrativo para apurar a situação. A sindicância deverá ouvir os funcionários e decidir se mantêm a diretora afastada no cargo. A prefeitura entregou as gravações de câmeras internas para a Polícia Civil.
– A criança está sendo bastante exposta, e tentamos conduzir o caso da forma mais tranquila possível – alerta o titular da pasta, Roberto Comin.
O delegado do município, Éder Cedenir Machado, prefere não se manifestar enquanto não concluir o inquérito.