
Aos dois meses de vida de Lucca, os pais dele, Patricia Marcolin e Diego Ferreira, perceberam que a pupila do filho não contraía e não reagia à presença de luz. As investigações começaram e, aos 11 meses, o pequeno foi diagnosticado com a Síndrome de Morsier.
— A gente tirava a fonte de luz e a pupila dele permanecia estável, ele não tinha nenhum tipo de reação — conta a mãe.
Segundo a oftalmologista pediátrica e professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS) Fernanda Fanton, o nervo ótico de Lucca, que leva a imagem do olho até o cérebro, é menos desenvolvido que o normal, mais fino, e isso gera alguns sintomas oculares, principalmente perda da acuidade visual.
— O diagnóstico é feito com a ressonância magnética do cérebro, que detecta essas malformações anatômicas. Em alguns casos a gente consegue identificar essas alterações antes do nenê nascer, por meio da ultrassonografia fetal — explica a especialista.
Por que a Tailândia?
Pesquisando por tratamentos com bons resultados, já que no Brasil as possibilidades são limitadas, os pais de Lucca encontraram o Beike Biotech, uma empresa de biotecnologia da Tailândia especializada em células-tronco. Acompanhando relatos de famílias que passaram pelo tratamento e tiveram resultado e melhorias significativas, decidiram iniciar o processo para que Lucca pudesse realizar o transplante.
— Eles fornecem células-tronco para outros países. Então, a gente já começou a ficar mais confiantes. Isso é fantástico, né? Para quem não enxerga nada, para quem vive na escuridão, colocar uma fonte de luz e a pessoa conseguir verificar onde está essa fonte é algo fantástico — comenta Patrícia.
Após receberem a carta de aceitação para o transplante, o prazo de ida é de oito meses para definir uma data da realização da cirurgia. A família tem como meta arrecadar R$ 230 mil para cobrir todos os custos de tratamento, passagens aéreas, hospedagem e demais despesas de Lucca, Patrícia e Diego. Com data marcada do transplante para 22 de Julho, a família vai ficar cerca de um mês no país asiático para o pequeno ter um pré e pós operatório seguros.
Arrecadação
Carro à venda, rifas, pedágio solidário e brechó são algumas das ações feitas pela família e amigos para arrecadar o valor necessário para o transplante do Lucca. Além dessas ações, o principal meio de arrecadação está sendo a vaquinha. Também é possível contribuir via pix, pela chave 54 996594332 em nome do pai, Diego. Nas redes sociais também foi criada a campanha Pelos olhinhos de Lucca, que já ultrapassa o valor de R$ 90 mil arrecadados.