O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) abriu processo de contratação de empresa para construir uma nova sede. O complexo vai ocupar um terreno já pertencente à autarquia, com acesso pelas ruas Visconde de Pelotas e Etore Pezzi, ao lado da agência do INSS, no bairro Madureira. Atualmente, o espaço abriga uma das unidades operacionais.
As unidades do Samae ocupam hoje diversos endereços da cidade. Enquanto a administração e a área de atendimento ao público ocupam imóveis alugados na Rua Pinheiro Machado, ao custo de R$ 47 mil mensais, unidades técnicas ficam em um antigo restaurante dentro do Parque da Imprensa. Já o almoxarifado, por exemplo, fica na Rua Jacinto Madalosso, no bairro Pio X.
A nova sede vai contar com quatro edifícios distribuídos pelo complexo com área total de 17 mil metros quadrados. Na licitação publicada nesta semana estão previstos os dois prédios principais e a área de garagens para caminhões maquinário, além das intervenções paisagísticas.
O maior prédio será o administrativo, com seis pavimentos e mais três níveis de subsolo, para garagens. Além de comportar espaços para os escritórios, o imóvel terá um auditório de 114,12 metros quadrados, área de convivência e terraço. Esse edifício será conectado por uma passarela ao prédio operacional, que ficará ao lado e vai abrigar as unidades Recursos Hídricos, Esgoto e Água. Será uma construção de três pavimentos, um para cada setor. Nesse prédio, também estão previstas áreas de apoio, como copa e cozinha, vestiários e salas de reuniões, além de terraço.
Ambos terão acesso pela Rua Etore Pezzi, quanto as garagens terão entrada e saída pela Visconde de Pelotas. O projeto também prevê construções sustentáveis, com sistema de reuso da água.
De acordo com o diretor-presidente do Samae, Gilberto Meletti, além de unificar os endereços e reduzir custos, a construção da nova sede vai melhorar a estrutura de trabalho para os servidores.
— Hoje o administrativo fica em um prédio de sete andares. O novo terá seis, mas com espaço maior, vai ter lugar, inclusive, para novos servidores. Temos que evoluir e hoje estamos praticamente impossibilitados. O complexo está dentro do tamanho e do Samae e de Caxias — defende.
Ainda segundo Meletti, a nova sede atenderá a exigências técnicas da autarquia, como movimentação de maquinário pesado e tubulações. Por conta disso, não é possível se instalar em outros imóveis já existentes, como a Maesa.
— A Maesa não tem essa finalidade e não é possível colocar caminhões e estoque de tubos. Tem muitas máquinas que transitam. Iríamos, inclusive, causar problemas — explica.
Esta etapa do complexo tem custo estimado em R$ 54,3 milhões e será custeada com recursos do próprio caixa da autarquia. As propostas serão conhecidas no dia 31 de janeiro e o cronograma prevê dois anos e meio de obras.
Dois prédios adicionais
O projeto da nova sede também prevê mais dois edifícios, que passarão por outro processo de contratação. Um deles é da chamada área comercial, que contempla o atendimento ao público e a central do telefone 115. Serão dois pavimentos construídos na esquina das ruas Etore Pezzi e Dr. Montaury.
Conforme Meletti, o projeto está em fase de conclusão e o objetivo é que a construção ocorra de forma simultânea aos dois edifícios principais.
— A localização, inclusive, permite estacionamento, algo que é uma dificuldade hoje.
O outro edifício terá acesso pela Rua Visconde de Pelotas e vai abrigar o almoxarifado. Ele será construído em um terreno anexo de 5 mil metros quadrados, também do Samae, que no passado abrigou a Vinícola Piagentini. Atualmente, a área já abriga o setor de transporte e um pavilhão passa por reformas para abrigar as operações de eletromecânica.
— Como os terrenos já são ocupados, se tudo fosse feito junto poderia dar problemas logísticos — aponta do diretor-presidente.
Além das estações de tratamento e bombeamento, o único setor que não irá para o complexo será o laboratório de análise de qualidade da água, que permanecerá no Parque da Imprensa.
Projeto antigo
As discussões para transferir a sede do Samae ocorrem há mais de uma década. Entre 2018 e 2019 houve trâmites relacionados ao terreno e a projetos do novo complexo. Em 2020, porém, o então diretor-presidente, Idair Moschen, disse que os esforços estavam concentrados em investimentos nos sistemas de abastecimento de água e esgoto.
A ideia voltou a ser analisada a partir de 2021. Todo o projeto arquitetônico dos prédios foi desenvolvido por engenheiros do próprio Samae. Apenas projetos específicos, como instalações elétricas e sanitárias foram contratadas.