A comunidade de Fazenda Souza, onde fica a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Antônio Avelino Boff, em Caxias do Sul, reivindica uma escola agrícola no período noturno na instituição. A demanda, inclusive, já foi apresentada ao deputado estadual Neri, o Carteiro, que está a frente do projeto na Assembleia Legislativa e junto ao governo estadual.
De acordo com a idealizadora do projeto, Kátia Boff, o tema surgiu ainda em 2020 e, agora, após o período da pandemia, está sendo possível ampliar os debates. Kátia é filha de Agenor Boff, doador do terreno onde a escola fica localizada.
— Meu pai sempre foi um visionário, ele é natural dessa comunidade, idealizador da escola e desta nova proposta de ensino técnico. Há 12 anos, quando meu pai doou o terreno ao Estado, a ideia era que fosse uma escola técnica agrícola, mas a ideia não saiu do papel. Agora, estamos mobilizando um abaixo-assinado para levar essa ideia à Assembleia Legislativa — explica Kátia.
Uma primeira reunião, com os pais de alunos da escola, foi realizada na semana passada. A expectativa é que, com a escola técnica agrícola, a EEEM Antônio Avelino Boff seja uma referência.
— A educação é um pilar de estruturação em qualquer sociedade. Temos que investir nisso e precisamos aproveitar esse momento favorável. O ensino técnico dá a oportunidade de as pessoas já saírem da escola com uma profissão, principalmente numa região que é referência em hortifrutigranjeiros, que é Fazenda Souza — diz Kátia.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura, Caxias do Sul é o maior abastecedor da Ceasa de Porto Alegre (RS), com 16,1% de frutas e hortaliças, e da Ceasa Serra, com 70%.
De acordo com a vice-diretora e coordenadora pedagógica da escola, Valquiria Risson, a EEEM Antônio Avelino Boff tem 280 alunos e, pela região onde está localizada e o público que atende, que tem como principal base econômica a agricultura, muitos estudantes já trazem vivências cotidianas relacionadas a essa área.
— Eles se mobilizam e demonstram interesse quando as atividades propostas dão a possibilidade de novos conhecimentos, incluindo o uso de tecnologias e o manejo correto dos recursos naturais e bem estar das pessoas para aperfeiçoar, qualificar e facilitar o dia a dia, na busca de melhoria sócio-econômica e qualidade de vida de todos os familiares — destaca.