A tarifa verde do transporte coletivo de Caxias, que entrou em vigor na última quarta-feira (23), terá validade inicial de quatro meses. O prazo foi estipulado pelo município como um período de testes, a fim de avaliar a adesão da população à proposta. O valor de R$ 3,50 é adotado nas linhas urbanas nos horários de entrepico — das 9h às 11h e das 14h às 16h — para quem paga com cartão. Nos demais horários, a tarifa é de R$ 4,75 na mesma modalidade de pagamento e de R$ 5,50 para quem utiliza dinheiro.
De acordo com o secretário de Trânsito, Alfonso Willembring, a tarifa verde foi criada para estimular a população a adotar os horários intermediários nos deslocamentos. A ideia, agora, é analisar durante o período de testes, se esse aumento no número de passageiros vai se concretizar. O monitoramento será realizado por meio do sistema de bilhetagem eletrônica. Caso os números sejam satisfatórios, o benefício pode ser prorrogado ou se tornar definitivo.
— Vamos fazer avaliação desse horário, se vai haver aumento. Espero que tenha. Pessoalmente, a minha ideia é que seja permanente — argumenta Willembring.
Embora esteja no pacote de subsídio, a implantação da tarifa verde foi possível devido a um acordo entre a prefeitura e a Visate. Isso porque o parcela paga pelo município pelas tarifas do horário de entrepico se limita à diferença de R$ 0,75 entre a tarifa cheia, de R$ 5,50, e os R$ 4,75 praticados em outros horários. Para chegar aos R$ 3,50, é a concessionária quem arca com o R$ 1,25 restante.
— Já fizemos o subsídio dentro de uma limitação orçamentária muito pesada. Reduzimos para R$ 4,75 e fizemos a proposta para a empresa, que aceitou — revela o secretário.
Quando se trata de vale-transporte, porém, os valores não contam com o desconto disponibilizado a quem carrega os cartões diretamente na concessionária. Em qualquer horário, a tarifa praticada é de R$ 5,50. Conforme o Willembring, o benefício é pensado para baratear a passagem a passageiros que precisam arcar com os próprios custos de transporte.
— Se eu oferecesse esse desconto no vale-transporte, estaria ajudando o empregador, o que foge, inclusive, do objetivo do subsídio — argumenta.
Willembring afirma, porém, que é inviável para uma empresa destinar o dinheiro do transporte ao funcionário para que ele compre a passagem diretamente. A explicação é a coparticipação do funcionário no benefício, que chega a 6% do salário.
— Se o empregador tiver que pagar R$ 4,75, sem a participação do funcionário, fica mais caro — observa.
Atualmente, cerca de metade dos passageiros do sistema carrega os cartões diretamente na concessionária. O pagamento em dinheiro ocorre em apenas 15% do total de viagens.