
A expectativa que os empresários de Caxias tinham de ter respostas do governador Eduardo Leite para algumas questões relativas ao setor acabou não se confirmando na reunião almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), realizada de forma online, na tarde desta segunda-feira (22).
Leia mais
Pandemia faz atividade econômica gaúcha recuar 10%, aponta entidade
Acompanhe os casos confirmados na Serra
Isso se deu mais pela condução do evento e por problemas de conexão na comunicação do que pela falta de disponibilidade do governador em abordar os assuntos que pipocavam nas mensagens das pessoas que acompanhavam a transmissão ao vivo.

Antes do início do evento, Ivanir Gasparin, presidente da CIC, elencou temas que afligem pequenos e grandes empresários, como a dificuldade de acesso a crédito, a possibilidade de parcelamento ou postergação de pagamento de impostos estaduais e a necessidade de intermediação do governo estadual junto ao governo federal para repasses de verbas aos hospitais. Enfim, que ações o governo está desenvolvendo para a economia nesse período e para o pós pandemia.
Como o evento ocorre em formato de palestra, cujo tema foi escolhido pelo próprio governador, "Programa do Distaciamento Controlado e os desafios da economia gaúcha pós-coronavírus", as perguntas do setor deveriam ocorrer após a explanação inicial, mas isso não aconteceu. Depois de começar com um atraso de quase meia hora, devido a avanços na agenda da manhã, Leite foi provocado por Gasparin na abertura da transmissão a falar sobre quais os sacrifícios o poder público está fazendo, numa referência clara ao fato de comércio, indústrias e serviços estarem absorvendo o impacto econômico das medidas de distanciamento social adotadas desde o início da pandemia.
– A iniciativa privada está pagando sozinha a perda de empregos e renda e o fechamento de empresas. Nos perguntamos: e o setor público, qual foi o sacrifício desse segmento? – questionou o dirigente.
O governador falou por 20 minutos sobre as ações que o governo já tinha tomado antes da crise trazida pelo novo coronavírus e que seguirão tendo reflexos na economia do Rio Grande do Sul, como a reforma da previdência do Estado. Apontou a aprovação do novo código ambiental como ação de desburocratização que beneficia as empresas. Lembrou da privatização de estatais, cujos processos estão em andamento.
Ao falar sobre o modelo de distanciamento controlado, que determinou fechamento do comércio não essencial na Serra por uma semana, Leite disse que não tem prazer em determinar restrições em atividades econômicas, já que a toda a agenda de governo é para retomada da competitividade do Estado.
– Se não tivermos esse cuidado com a saúde, teremos também incertezas do ponto de vista econômico. Estamos agora passando pelo momento mais crítico, nos aproximando da 27ª semana epidemiológica, a primeira semana de julho, quando, historicamente, observamos o pico das internações por doenças respiratórias no Rio Grande do Sul. Projetamos que nessas duas ou três semanas que temos pela frente serão as que teremos uma situação mais sensível e que vamos precisar ser muito cautelosos para evitar que tenhamos uma sobreposição de demandas, covid-19 e doenças respiratórias, que comprometam nossa capacidade de atendimento – ponderou Leite.
Leite disse está disposto a debater com governo federal a política de crédito e reiterou que, no âmbito estadual, a proposta de reforma tributária, que vai mexer com alíquotas de ICMS e IPVA entre outros, deve ser apresentada no mês de julho.