Caxias do Sul passa a contar, a partir de segunda-feira (18), com 44 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pelo SUS para atendimento a casos de coronavírus. Os 10 mais recentes foram entregues na manhã deste sábado (16), no Hospital Geral (HG), com a presença do governador Eduardo Leite. Durante a visita, fechada para o público e imprensa, ele conheceu o setor instalado na sala de recuperação do bloco cirúrgico. Leite foi acompanhado pelo diretor-geral do HG, Sandro Junqueira, pelo prefeito de Caxias do Sul, Flavio Cassina (PTB), pelo vice Edio Elói Frizzo, pelo secretário municipal da Saúde, Jorge Hahn Castro, o reitor da UCS, Evaldo Kuiava, a veredora Paula Ioris, representando o Legislativo, Lisiane Fagundes, representando a Secretaria Estadual da Saúde e a titular da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, Tatiane Fiorio.
Os novos leitos contam com camas hospitalares, ventiladores pulmonares, monitores de beira de leito, cama bomba para mediação e bomba para dietas de pacientes. O atendimento será estendido a todos os pacientes da região. Atualmente, o HG é referência em saúde para cerca de 1 milhão de habitantes, usuários do SUS de 49 municípios da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde.
Logo depois, o governador foi recebido no auditório do hospital para conhecer o respirador pulmonar produzido pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Ao ser questionado pela imprensa, Leite afirmou que as atuais projeções não indicam que o Estado terá problemas com internações hospitalares. O governador anunciou ainda que o convênio do governo com o HG terá um aumento de R$ 400 mil, chegando a R$ 3,7 milhões por mês. O valor é direcionado ao único hospital 100% SUS de Caxias.
— Nossos dados mais objetivos são os das internações hospitalares porque temos os casos subnotificados e de pessoas que não têm sintomas. Precisamos de dados para poder gerenciar. Mapeamos todos os respiradores também para que possamos agir imediatamente se houver necessidade — disse.
Após mais de um mês de espera pela habilitação dos leitos por parte do Ministério da Saúde (os equipamentos foram disponibilizados pelo Governo do Estado ainda no dia 8 de abril), a prefeitura decidiu pagar parte dos custos com os recém inaugurados até que ocorra a confirmação do órgão nacional. No entanto, conforme o secretário de saúde do município, Jorge Castro, mesmo que ocorra homologação, a prefeitura continuará investindo. Com a nova mudança no titular do Ministério de Saúde, não há previsão de data para que isso ocorra.
Segundo Castro, o município assume o pagamento de R$ 2,6 mil e, quando houver a resposta do Ministério da Saúde, o valor baixa para R$ 1,6 mil por leito. A parte do Estado é custear o aluguel de aparelhos, no valor de R$ 180 mil mensais. De acordo com Castro, o número de leitos em Caxias é suficiente no momento. Os 44 disponíveis agora estão distribuídos nos hospitais Geral, Pompéia e Virvi Ramos. Outros são do sistema particular. Até sexta-feira, a taxa de ocupação dos leitos na cidade estava em 55%, sendo que o SUS estava com 82% das vagas ocupadas e o sistema privado com 48%.
— O hospital é do Estado, assim, nós vamos pagar pelos equipamentos fundamentais. O município está garantindo o pagamento das diárias e, graças a esse esforço conjunto e coordenado, a população poderá contar com o atendimento de saúde a partir de segunda-feira —disse Leite.
Durante o evento desta manhã, a 5ª Coordenadoria Regional da Saúde informou que recebeu um novo lote de testes rápidos para covid-19 na sexta-feira e que iniciou a distribuição para os municípios. No entanto, números exatos por cidade ainda não foram compilados. Caxias do Sul e Bom Jesus são os primeiros a receber as unidades. Na última quinta, os 65 municípios da região da Serra, Campos de Cima da Serra e Hortênsias receberam do Ministério da Saúde 13.340 testes rápidos enviados pelo Ministério da Saúde.