
As três Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) que abrangem as cidades da região estão fazendo levantamentos precisos sobre a rede estadual. A medida foi solicitada pela Secretaria Estadual de Educação para o planejamento da retomada das aulas.
Foi pedido, no início desta semana, a todas as escolas da rede estadual da 4ª CRE, com sede em Caxias do Sul, que informem número de professores e de servidores disponíveis, quantos profissionais estão afastados ou fazem parte do grupo de risco. Isso vai determinar a necessidade de contratação de pessoal para dar início a esta nova fase.
Ainda foi questionado quantos alunos não têm acesso à internet ou aos recursos tecnológicos. As instituições têm prazo até meados de junho para responder. Segundo a coordenadora da 4ª CRE, Viviani Vanessa Devalle, há dados de março deste ano, mas informais. A ideia, agora, é ter informações mais precisas.
– Ao retornar, no dia 1º de junho, as atividades escolares, será com as aulas programadas. Isso até eles (alunos) terem uma familiarização com o ambiente virtual. Depois, nosso intuito é que todos tenham acesso e quem não conseguir entrar na redes digitais, que não conseguir acessar a plataforma, continuaremos entregando materiais no formato impresso – comentou Viviani.
A falta de acesso à internet ou o fato de muitas famílias não terem computadores ou celulares é um dos desafios enfrentados pelo governo estadual para implantação do novo modelo, que prevê disponibilização dos conteúdos por meio digital pelas escolas. Entre as instituições com mais dificuldades mencionadas pelo secretário de Educação, Faisal Karan, estão as escolas rurais, indígenas e as que ficam em comunidades quilombolas.
Na região da 4ª CRE, que abrange 14 cidades, há apenas uma escola indígena, que fica dentro de uma aldeia em Farroupilha e que tem acesso à internet. Não existe escola em quilombo nem em assentamentos, mas muitas ficam em áreas rurais sem sinal de internet, principalmente em pequenos municípios. Para estas, será preciso ter uma metodologia diferente.
Desde o começo do ano letivo, os professores da rede estadual têm enviado conteúdos de revisão aos alunos por meio de redes sociais ou e-mail, e também entregue de forma física aos pais nas escolas.
Sobre a disponibilização de equipamentos e internet previstos pelo governo do Estado, a coordenadora disse que a região deve ser contemplada, mas como não há uma previsão de quando isso deve ocorrer, a rede trabalhará com os recursos que tem disponíveis no momento. Para os professores que não tenham acesso em casa, deve ser ofertado ambiente virtual na escola para gravação de material.
– Não podemos ficar dependendo do que está por vir, então vamos iniciar nosso plano com as escolas de se planejar para junho com o que temos disponível – afirmou a coordenadora.
Já a preparação da estrutura das escolas será feita a partir do que determinarem os protocolos do governo estadual, que devem ser publicados nesta sexta-feira. Entre as definições, espaço entre mesas, uso de máscaras e oferta de álcool gel.
– No final de abril, foi repassado recurso para as escolas, via autonomia financeira, para aquisição de materiais de higiene e limpeza, já voltados para desinfecção do coronavírus. Então, vindo o protocolo, já conseguimos iniciar – declarou Viviani.