Confira como os hospitais de Caxias do Sul estão lidando com o uso de hidroxicloroquina.
HOSPITAL GERAL
O HG ainda não teve nenhum caso confirmado de covid, mas possui a medicação para utilizar em casos suspeitos. O hospital recebeu 1,5 mil comprimidos de hidroxicloroquina do governo do Estado na semana passada. A medicação foi destinada ao HG porque o hospital irá armazenar e distribuir para os outros hospitais da região, conforme a demanda de pedidos. Ainda há estoque, pois a instituição teve poucos pacientes com suspeita e nenhum confirmado. O hospital está com dificuldades de comprar o medicamento e já percebeu um aumento no valor. Como não teve nenhum caso confirmado de covid-19, o hospital não pode informar sobre a melhora do quadro clínico dos pacientes ao utilizarem o medicamento, tem somente as informações disponibilizadas em estudos.
HOSPITAL POMPÉIA
O Serviço de Pneumologia do Pompéia criou protocolo para uso de hidroxicloroquina em casos de pacientes internados, sem insuficiência ventilatória e envolvimento pulmonar importante. Ou seja, a ideia é usar antes de ser necessária a ventilação mecânica que, nos casos de covid-19, é adotada quando o paciente é entubado.
O hospital ainda não teve pacientes internados que tenham utilizado o medicamento e o Serviço de Pneumologia diz que acompanha diariamente a evolução do conhecimento para atualização da indicação do medicamento.
HOSPITAL VIRVI RAMOS
O Hospital Virvi Ramos ainda não está ministrando o medicamento, pois não teve pacientes com covid-19 confirmados. Por isso, também não pode relatar como o medicamento agiu nos pacientes. Quando necessário, a instituição de saúde diz que vai usar cloroquina. E que não teve solicitação por parte de pacientes para uso do medicamento.
O hospital diz que deve receber a medicação do governo e reiterou que, em Caxias, o Hospital Geral receberá do Ministério da Saúde, e distribuirá para todos os hospitais que necessitarem.
HOSPITAL SAÚDE
Segundo o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, o Hospital Saúde vai ministrar cloroquina em pacientes com covid-19, conforme indicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Secretaria Estadual da Saúde (SES). Não houve nenhum caso em que ela tenha sido utilizada até o momento. O medicamento é disponibilizado pela SES e distribuído pelo Hospital Geral.
HOSPITAL DO CÍRCULO
O Hospital do Círculo não ministrou o medicamento ainda, pois não teve pacientes graves que entrem no protocolo de uso do hospital diante das diretrizes do Ministério da Saúde. A instituição adquiriu um estoque emergencial por conta própria de hidroxicloroquina 400 mg, garantindo tratamento completo para 12 pacientes. No entanto, com a nota normativa do Ministério da Saúde, o Hospital Geral passou a ser referência para a dispensação da cloroquina 150 mg, para o pacientes hospitalizados na cidade. Dessa forma, havendo necessidade de uso, o Hospital Círculo fará contato diretamente com o Hospital Geral.
Desde a primeira solicitação de compra, foi necessário realizar contato com diversos fornecedores até conseguir o medicamento _ em torno de duas semanas para concluir a compra. O uso também está pautado nas diretrizes do Ministério da Saúde.
HOSPITAL UNIMED
O hospital está utilizando hidroxicloroquina para pacientes internados com quadros graves. Iniciou o uso quando o primeiro paciente grave internou no hospital. A medicação é ministrada sempre na chegada dos pacientes e mantida pelos dias do protocolo do hospital. A instituição diz que a melhora clínica depende de vários fatores, portanto não é possível avaliar a eficácia ou não do medicamento específico.
O medicamento foi adquirido pelo hospital ainda no planejamento pré-contingência no início de fevereiro.
Controvérsias locais e no país
Com três casos confirmados de covid-19, Vacaria já vem usando cloroquina em todos os pacientes atendidos no Hospital Nossa Senhora da Oliveira _ um idoso de 73 morreu no dia 11 de abril. A medida gerou controvérsia, uma vez que contrariava a recomendação do até então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que as doses deveriam ser receitadas apenas em casos graves.
Em coletiva, a enfermeira Rosana Nery, responsável pela Vigilância em Saúde do município, enfermeira reforçou que a cloroquina está sendo usada em pessoas com sintomas mais avançados da doença.
Mesmo sem pesquisas conclusivas, a cloroquina é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, posição adotada desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou apoio ao uso da medicação. A opção pelo tratamento foi um dos principais pontos de atrito entre Bolsonaro e Mandetta, que critica a aplicação em pacientes em estágio inicial da doença.
Neste domingo, Bolsonaro compartilhou, via Twitter, a informação de que o plano de saúde Prevent Senior reduziu o tempo de uso de respiradores de 14 para 7 dias em pacientes diagnosticados com a covid-19. Os dados foram repassados pelo CEO da operadora, Fernando Parrillo, que comparou também a condição de saúde de quem fez uso da hidroxocloroquina e de quem não fez. Segundo Parrillo, de 224 pacientes que não receberam a medicação, 12 foram hospitalizados e cinco morreram. Em 412 pacientes em que foram ministrados o medicamento, oito foram hospitalizados e nenhum morreu. O estudo da Prevent tem previsão de ser publicado em breve.
O atual ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou em entrevistas que aguardará o resultado de evidências científicas sobre o tema.
COMO AGE O NOVO CORONAVÍRUS:
:: O vírus entra nas células do trato respiratório superior. A maioria das pessoas resolve o quadro. A minoria, cerca de 10%, não resolve e esse quadro piora afetando as células do trato respiratório inferior, causando a covid-19. Depois disso, se a pessoa não consegue conter o processo, pode afetar quase todos os órgãos, principalmente, fígado, rins e, às vezes, coração e cérebro.
:: Em algumas pessoas, preferencialmente, aquelas com outras doenças, o sistema imunológico se comporta de forma exacerbada quando desafiado pelo novo vírus. Ele desencadeia uma cascata de inflamações que leva a pessoa à falência de múltiplos órgãos.
:: Isso não quer dizer que pessoas jovens e sem doenças não desenvolverão dessa forma. Só que a taxa de letalidade em pessoas sem comorbidades é muito menor. Mas o quadro delas também pode complicar.
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