Chame de empatia ou humanização. Encare como um propósito ou regra de vida, veja como uma realização pessoal. Se preferir, busque um coaching e faça valer, mas definitivamente não há mais espaço para quem vê o trabalho com um ato de sofrimento ou robotização. Tampouco haverá lugar para aquele empreendedor ou gestor apegado somente a metas de produção e de lucro. No lugar disso tudo, reconsidere conhecimentos ancestrais e saiba que o equilíbrio conquistado por meio da espiritualidade e suas subjetividades é o que vem movendo cada vez mais homens e mulheres nas empresas e merece atenção no Dia do Trabalho.
Nesta reportagem, três histórias vividas em ambientes corporativos distintos mostram que crenças católicas, evangélicas, protestantes ou de qualquer outro tipo de sistema religioso podem até gerar o ânimo e a esperança, mas a espiritualidade não dependerá essencialmente de orações ou de templos. Trata-se de autoconhecimento, de transparência e de reconhecer o outro na mesa ao lado, temas que serão debatidos no próximo sábado (4) no 3º Congresso Nacional de Espiritualidade, no UCS Teatro.
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Executivos, operários ou profissionais liberais com mentes e corações abertos começam a enxergar e a valorizar abertamente a relação entre patrão e empregado dentro de um patamar em que não cabe mais pintar fachadas, mudar de lugar e não mudar a conduta. O velho modelo de trabalho vai persistir? Sim, mas os líderes que optarem por esse caminho seguirão mantendo funcionários insatisfeitos e sem engajamento e até mesmo estimulando sofrimento e doenças. Da mesma forma que trabalhadores sem propósito continuarão sendo sinônimo de lamúrias e frustrações.
— Somos antes de qualquer coisa pessoas a serviço no mundo, aí entra o meu compromisso com quem me relaciono — cita a professora Claudia Scolari, coordenadora do curso de Terapia Ocupacional da FSG.
A Serra é uma das regiões do Estado onde a espiritualidade parece mais ganhar destaque no mundo empresarial. O movimento pode ter relação com a tradição religiosa local e as ações desenvolvidas pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), entidade que já conscientizou quase 2 mil pessoas, entre empreendedores, trabalhadores e lideranças dispostos a valorizar o bem comum.
— Essencialmente, quando uma pessoa resolve empreender, ela acredita no negócio. Se ela acredita, tem fé, e se tem fé, está no campo da espiritualidade. Quando é pelo bem comum, quando se percebe que um líder tem preocupação do bem estar, isso motiva, se dissemina. Ao natural, gera harmonia — pondera o presidente da ADCE, Darci De David.
Para o professor Everaldo Cescon, doutor em Teologia, o movimento ainda incipiente no Brasil, vinculado a indivíduos e não como movimento coletivo, organizacional.
— Vê-se, por exemplo, no fato de as inscrições na Especialização em Espiritualidade no Trabalho e pela Especialização em Inteligência Espiritual (dois cursos da UCS) serem fruto de uma busca individual e não parte de um plano de formação de alguma empresa. Certamente é um movimento que tende ao crescimento, mas no momento ainda é uma busca individual — avalia Cescon.
— De maneira ideal, as pessoas deveriam ser preparadas para os cargos que ocupam, mas não é isso que acontece. Se nós nos preocupássemos com nosso autodesenvolvimento e saúde mental, tudo funcionaria de uma forma melhor. Antes de sermos qualquer profissional, nós somos alguém — complementa Claudia.
SERVIÇO
:: O quê: 3º Congresso Nacional de Espiritualidade
:: Onde: UCS Teatro
:: Quando: 4 de maio, sábado, das 8h às 17h30min
:: Quanto: R$ 219.
Os ingressos podem ser adquiridos pela Blueticket.com ou em pontos de venda credenciados em Caxias: Amêndoa Doce (Borges de Medeiros 654), Lehitagge Store W Mall (Alfredo Chaves, 1208, sala 18/19), Onzzi Store (BR-116, Km 142, nº 126, São Cristóvão)
:: Mais informações: www.spiritualita.com.br ou (54) 99912-0718 (WhatsApp).
PALESTRAS
:: Frei Jaime Bettega: "Novos tempos, novas vivências de espiritualidade"
:: José Pacheco: "Projetos com amor, vida em abundância"
:: Maria Tereza Albuquerque: "Relacionamentos: o melhor termômetro da espiritualidade"
:: Michelle Taminato: "Felicidade e trabalho: um processo de autorresponsabilidade"
:: Felipe Anghinoni: "Vai lá e faz: empreendedorismo criativo"
