A implantação de mecanismos de sinalização e de redução de velocidade na estrada Vicente Menezes, na Linha 40, no interior de Caxias do Sul, está sendo estudada pela Secretaria Municipal de Trânsito de Caxias do Sul após o atropelamento que gerou a morte de Letícia dos Santos Azambuja, 12 anos. Ela foi atingida por um caminhão na sexta feira passada, após desembarcar de um ônibus, em frente à residência onde morava, e teve o corpo arremessado por pelo menos cinco metros com a colisão do veículo. Letícia chegou a ser socorrida para o Hospital Geral, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois das 6h do último sábado (18). O motorista afirmou que não viu a menina atravessando a via.
O alargamento da pista e a consequente viabilização de acostamento, além de mais placas de sinalização e dispositivos de redução de velocidade, são tema de reivindicações da comunidade pelo menos desde janeiro de 2017. Nesse contexto, pessoas que querem fazer a travessia ou caminhar pelo local estão frequentemente em risco por conta do espaço limitado de circulação de pedestres, pois precisam adentrar no matagal situado ao lado da estrada para evitar atropelamentos. A reportagem esteve no local na manhã desta segunda-feira (20) e constatou que frequentemente motoristas desrespeitam os limites de velocidade, apesar de quebra-molas em alguns pontos.
— Precisamos de alguma coisa, um radar, um pardal, alguma coisa. Não faz muito tempo que estamos aqui e vimos muitos acidentes. Os motoristas sempre vêm em alta velocidade. O motorista (do caminhão) chegou a frear, mas estava em velocidade muito alta — afirma o avô da menina atropelada, Nelson Gonçalves Pereira, apontando para a marca da derrapagem do veículo, visivelmente abalado com a fatalidade.
Moradores da comunidade confirmam a necessidade de maior atenção por parte do poder público em pontos em que os ônibus desembarcam pedestres. A principal demanda é a viabilização de áreas de escape para os veículos ou construção de paradas de ônibus.
— A gente está muito desassistido aqui. Não temos passeio público, não tem parada de ônibus, ou área de descanso, para ter uma segurança para descer do ônibus quando ele está parado. É bem complicada essa situação. Estamos conversando entre nós para fazer algum movimento, já tivemos duas audiências públicas na Câmara de Vereadores, mas ainda não tivemos retorno — diz a comerciante Gracilene Adami.
Se caminhar com segurança ao lado da rodovia já é tarefa difícil nos momentos em que o trânsito é mais calmo, fazê-lo nos períodos do dia em que o movimento é mais intenso – como início da manhã e final de tarde – se torna uma tarefa anda mais arriscada. A situação é vista com preocupação por um dos representantes da comunidade, o vice-presidente da Associação de Moradores (Amob) da localidade, Lenir Fábio Adami.
— Convido o prefeito a vir uma tarde conosco e dar uma caminhada para ver a situação. O essencial é termos um passeio público e restrições de velocidade, porque também falta muita educação do pessoal no trânsito. Mas ter o passeio público é o básico, faz anos que estamos esperando — reclama Adami.
O secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Cristiano de Abreu Soares, lamenta a morte da menina e informa que será feita uma avaliação sobre qual a melhor forma de instalar redutores de velocidade na via. Sobre o alargamento da via e posterior construção de passeios públicos, ele destaca que a questão é mais complexa e envolve tratativas com outras secretarias, como a de Urbanismo e Planejamento. O secretário afirma que não se trata da única via localizada no interior que não possui espaços adequados para calçadas, uma vez que são estradas que existem há muitos anos e precisam de readequações.
— Estou muito entristecido com essa situação. Aquela estrada é somente um exemplo de tantas outras rodovias do interior que passam pela mesma situação, que não possuem os devidos alargamentos. Estamos buscando informações para ter a clareza das circunstâncias do acidente e de que forma podemos contribuir – aponta o secretário.
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