Um produto desenvolvido por três estudantes do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG) pretende aumentar a durabilidade de frutas em mais de 20 dias por meio de uma película orgânica que não causa prejuízos para a natureza. O projeto segue em fase de testes, mas já ganhou destaque na instituição. No final do mês passado, os acadêmicos de Engenharia Mecânica João Victor Restelatto, Michael Jonathan Capelletti e Ramon Ribeiro venceram o Desafio FSG, que premiou os melhores trabalhos desenvolvidos ao longo do semestre.
O produto criado pelo trio foi idealizado à base de inhame. Os testes com peras apontaram que a fruta com a película orgânica teve duração de 30 dias, enquanto uma pera comum, sem a película, iniciou o processo de apodrecimento após uma semana.
Na proposta dos estudantes, após a colheita, a fruta é envolvida pelo material em estado líquido _ por imersão ou borrifação _ e está apta a ser comercializada. A substância, que não é visível, sai com água. O processo de lavagem é o mesmo como o realizado com qualquer outro alimento.
Conforme a professora Luciane Calabria, coordenadora do curso de Engenharia de Produção e que orientou o projeto, os testes foram realizados em peras, mas a película conservadora pode ser usada em outras frutas, como a maçã.
— Quando a fruta está em processo de amadurecimento, ela libera uma substância que vai promovendo a maturação. A película orgânica evita a troca dessa substância entre as frutas, criando uma barreira. Na prática, podemos dizer que a pera, por exemplo, terá maior durabilidade na prateleira do mercado, o que beneficia o produtor e o consumidor — explica.
— Foi interessante, porque sabemos que na nossa região a produção de frutas é bastante forte, e a película ajudaria o produtor — avalia o estudante João Victor.
A possibilidade de comercialização da película orgânica ainda precisa ser avaliada e depende de mais testes, segundo os alunos. No entanto, a docente garante que já houve interesse de empresas da região para colaborar com a experimentação.
— Temos de aumentar as escalas de testes e avaliar a toxicidade da película. Mas, como sabemos que a base é o amido do inhame, não há problemas, uma vez que isso já faz parte da nossa alimentação — diz Luciane.
O trabalho também será apresentado no Salão de Iniciação Científica (SIC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que ocorre em outubro.
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