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No quinto dia de greve dos caminhoneiros, os consumidores vão ter dificuldade de encontrar um botijão de gás à venda em Caxias do Sul. Em uma rápida pesquisa feita pelo Pioneiro no início da tarde desta sexta-feira, em nove revendas da cidade, nenhuma tinha o produto disponível.
O proprietário da Central Gaúcha de Gás, Ronaldo Gil, disse que ontem vendeu o triplo do que negociava diariamente. Foram 750 botijões.
— Não sobrou nenhum no depósito — revelou.
O protesto dos caminhoneiros nas estradas afeta o abastecimento de gás de cozinha em doto o Estado. Segundo o Sindicato das Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral do Estado (Singasul), pelo menos 90% das revendedoras estão com os botijões vazios. Os caminhões que deveriam fazer o abastecimento estão parados nos bloqueios espalhados pelo Estado.
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O presidente do Singasul, Ronaldo Tonet, diz que as revendedoras que não conseguiram se abastecer nos últimos dias estão sem o produto para vender. Nesta sexta-feira, a situação se agravou.
— Os estoques dessas revendedoras duram entre três ou quatro dias, até por se tratar de um produto que não pode ser estocado em grande número. Nesta sexta, praticamente todo o Estado está desabastecido — relata Tonet.
O presidente explica que os caminhões saem dos municípios com os botijões vazios, abastecem de gás liquefeito de petróleo (GLP) na Refinaria Alberto Paqualini (Refap), em Canoas, e retornam. Há caminhões que não conseguiram chegar até a Refap e outros que abasteceram os botijões, mas não conseguiram retornar.
Segundo o Singasul, um botijão de 13 quilos, utilizado somente para a alimentação, dura cerca de 45 dias em uma família de quatro pessoas. Se o gás também é utilizado para o banho, o botijão dura cerca de 25 dias. Uma das medidas adotadas na Região Metropolitana é a suspensão das telentregas.
A orientação é para que a população economize o GLP domiciliar. Utilize o chuveiro elétrico para o banho e use o gás de cozinha o menos possível.