
A longa espera por atendimento médico no Pronto-Atendimento 24 Horas de Caxias do Sul, o Postão, já bem conhecida pela população, foi agravada nesta terça-feira. Houve tanta procura por consultas que, por volta do meio-dia, funcionários teriam orientado os pacientes a procurar as unidades básicas de saúde (UBSs) ou que retornassem em outro momento, já que somente um médico estava atendendo.
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A situação piora com a chegada dos dias frios, que aumentam consideravelmente as doenças respiratórias, além da greve dos médicos do SUS, que já passa de um mês de duração e provoca a instabilidade no atendimento nos bairros e nas consultas com especialistas.
– Eles nos disseram que o atendimento só normalizaria depois das 15h, quando chegariam mais dois médicos na pediatria – disse a autônoma Mackieli Mendes Monteiro, 34 anos, que buscava consulta para a filha Manoela, de 10 anos.
Mackieli e a filha chegaram ao Postão às 9h40min. A menina só foi atendida por volta das 17h. A situação foi comentada também na sessão da Câmara desta terça. O vereador Rafael Bueno (PDT) falou sobre a situação da saúde e mostrou imagens no Postão lotado. Rafael afirmou que uma criança morreu por falta de atendimento no final de semana. Ele cobrou atitude do secretário da Saúde, Fernando Vivian, que há um mês anunciava um mutirão para minimizar os efeitos da greve e não cumpriu.
No início da noite, Rafael e o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Renato Oliveira (PCdoB), estavam no Postão. Segundo eles, a situação era muito grave, com crianças aguardando atendimento desde as 10h.
– É situação de calamidade – afirmou o presidente da comissão.
Sobre a declaração de Rafael de que houve morte por falta de atendimento, a Secretaria da Saúde, disse que a paciente chegou ao Pronto Atendimento 24 Horas às 18h39min de sexta-feira e foi imediatamente atendida pela equipe de triagem e pela equipe médica:
“Após avaliação, manejo médico e identificação da gravidade do quadro, foi levada de ambulância ao HG pelo próprio médico plantonista do PA 24 Horas, recebendo intensivo cuidado desde a sua chegada ao Pronto Atendimento até a transferência hospitalar. O atendimento prestado à paciente seguiu os protocolos da área da saúde e se deu com todo o zelo necessário”.