A prova de que o relacionamento entre ciclistas e comunidade não é tão pacífico assim é que Forqueta, um dos pontos escolhidos pela prefeitura para a instalação de uma ciclovia, não está satisfeita com a novidade. A ciclovia de 700 metros que percorre à principal via do bairro, a Avenida Artur Perotoni, já foi até pichada como ato de descontentamento no ano passado. A frase que se posicionava contra a faixa exclusiva faz parte do projeto de revitalização da avenida, concebida pela prefeitura e executada em parceria com a Codeca.
A pressão da comunidade fez com que o projeto fosse alterado: em vez de ser instalada na faixa do canteiro central, foi transferidas para a lateral da avenida, sentido bairro-rodovia. Agora, com a ciclovia já sinalizada e ciclistas prestes a usufruírem do benefício, um manifesto com quase 800 assinaturas foi protocolado na prefeitura pedindo a extinção da faixa.
- É o único estacionamento da vila. Onde os moradores vão estacionar, como vamos movimentar o comércio? A comunidade não quer ciclovia. Achamos perigoso, não vamos incentivar as crianças a andar ali - afirma Marcelo Molon, dono de um comércio na região.
O secretário de Trânsito, Manoel Marrachinho, afirma que a ideia pode não agradar a comunidade. Porém, é preciso uma mudança de mentalidade:
- É o mesmo impacto que a implantação de uma faixa exclusiva de ônibus. Mas o comércio será movimentado da mesma maneira, as pessoas não vão deixar de ir a algum lugar por ter ciclovia - avalia.
Mobilidade
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