Uma denúncia anônima de chocolates vencidos levou a Polícia Civil a prender dois empresários e a Vigilância Sanitária a apreender alimentos impróprios para consumo em Caxias do Sul. O dono do Mississippi Delta Blues Bar, João Antônio Pezzi Bagoso, conhecido como Toyo, e a irmã dele, Ivana Pezzi Bagoso, dona da loja anexa ao bar, foram presos em flagrante no início da noite de terça-feira. Eles foram liberados no início da madrugada desta quarta-feira, graças a um alvará de soltura.
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A ação ocorreu por volta de 18h30min, quando o estabelecimento já estava aberto. Segundo o titular do 3º Distrito Policial, delegado Guilherme Gerhardt, foram encontrados carne, frango, peixe, chocolates, batatas e peixe impróprios para consumo. O bacon estava mofado e parte dos temperos dispostos nas mesas estava vencida. Os chocolates estavam à venda na loja.
As quantidades recolhidas não foram divulgadas. Segundo a Vigilância Sanitária, um processo sanitário será instaurado e o estabelecimento deverá se readequar e solucionar os problemas apontados. As sanções serão definidas no decorrer do processo.
Segundo o dono do bar, os fiscais encontraram café vencido no depósito do estabelecimento. Ele explica que o alimento foi comprado em grande quantidade de um fornecedor, para parceria com o Mississippi Delta Blues Festival, evento anual organizado pela casa noturna. Conforme Toyo, o material estava estocado por orientação deste fornecedor, que faria a troca de todo o lote. Ele garante que o café servido aos clientes estava dentro do prazo de validade.
Quanto aos chocolates encontrados, Toyo confirma que havia poucas unidades vencidas desde dezembro do ano passado. Ele ainda argumenta que parte é importada e que a embalagem traz a expressão em inglês best before october 2015 (melhor antes de outubro 2015, na tradução literal). Segundo o entendimento de Toyo, isso não indica que o doce estava vencido.
- Os fiscais disseram que pela lei brasileira precisaria ter uma etiqueta em português, mas em visitas anteriores, nunca explicaram isso - assegura.
Quanto à carne e a batata recolhidos, o proprietário argumenta que os itens acabaram ficando mais tempo do que o normal fora da geladeira enquanto a fiscalização era realizada, já que a cozinha funcionou normalmente para atender aos pedidos dos clientes. Ele afirma, ainda, que o bar tem grande fluxo e que por isso os alimentos ficam pouco tempo estocados.
- E se a gente tivesse feito algo muito errado, não teriam que ter fechado o bar? -questiona Toyo.
Segundo a gerente da Vigilância Sanitária, Patricia Fiorentini, o Mississippi não foi interditado porque não foi constatado risco iminente aos consumidores, já que os alimentos com problema foram recolhidos.
- O fiscal avalia de acordo com a legislação vigente. Os produtos que ficaram e os processos não ofereciam risco. Seria diferente se todos os alimentos fossem recolhidos, se a estrutura não fosse compatível ou estivesse irregular, por exemplo -esclarece.
Toyo e Ivana vão responder por crime contra as relações de consumo, e, se condenados, podem ter de cumprir de dois a cinco anos de reclusão. Eles não chegaram a ser encaminhados ao presídio.
Polícia
Empresários são presos por armazenar alimentos vencidos em Caxias do Sul
Dono do Mississippi Delta Blues Bar e a irmã dele, proprietária de loja anexa, foram detidos na terça-feira
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