Atendimento em UBSs de Bento Gonçalves é prejudicado por atraso de salários

Apenas casos de urgência e emergência são atendidos nesta quarta-feira nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Bento Gonçalves. Os exames e consultas agendados foram suspensos por causa de uma paralisação de funcionários da Fundação Araucária, empresa que presta serviços de saúde para o município. O movimento é motivado pelo parcelamento no pagamento dos salários. Segundo a Secretaria da Saúde, médicos e outros servidores contratados atendem normalmente e existe um plano de contingência para garantir um mínimo de funcionários em todas as UBSs e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). As informações são da Gaúcha Serra.

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A Fundação Araucária pagou apenas 30% dos salários nesse mês. De acordo com o diretor-administrativo da filial de Bento Gonçalves, Lídio Bassano, a projeção é pagar uma nova parcela ainda nesta quarta-feira e a primeira parcela do 13º salário até a próxima sexta-feira. Ele alega que a dificuldade em manter os salários em dia está relacionada ao atraso no repasse da prefeitura. A Fundação afirma que R$ 2,7 milhões deixaram de ser pagos. O valor é referente a setembro e outubro, além da primeira parcela de uma dívida de R$ 3 milhões da administração anterior com a entidade. De acordo com o diretor-administrativo, ter dinheiro em caixa se tornou inviável diante dessa situação. 

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura ainda na terça-feira para confirmar esses valores, mas não houve retorno até 11h30min desta quarta. A explicação para os atrasos com a Fundação é a falta de repasses do Estado e da União. Segundo a prefeitura, são R$ 12 milhões que não entraram nos cofres municipais. Outra alegação é que a Fundação deveria ter capital de giro para manter os serviços.

A paralisação é de funcionários ligados ao Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviço de Saúde de Caxias do Sul (Sindisaúde). Segundo o presidente Danilo Teixeira, técnicos de enfermagem, agentes de saúde bucal e higienizadores aderiram ao movimento que deve seguir até o pagamento integral dos salários. Funcionários fazem manifestação em frente à UPA 24 Horas nesta manhã. A direção do Sindisaúde tenta uma reunião com o prefeito Guilherme Pasin, que recebe a Fundação Araucária às 15h30min.

Segurança pública

As dificuldades financeiras enfrentadas pelo município afetam ainda o pagamento do auxílio-moradia a policiais comunitários. O Conselho Pró-Segurança Pública (Consepro) diz que recebeu R$ 16 mil neste mês. O repasse acordado é de R$ 34 mil mensais. Com isso, nenhum policial recebeu a ajuda de custo. O presidente do Consepro, Geraldo Antônio Leite, diz que todos foram comunicados e compreenderam que a situação. Ele diz que são "apenas cinco dias de atraso até agora" e que a expectativa é que o pagamento saia em breve.