Dia desses fui às compras num estabelecimento que costumo frequentar. O mercado estava decorado com balões.
Simpático!
Escolhi meus artigos e me dirigi ao caixa. Ao pagar, fui informado de que a loja celebrava aniversário, por isso os balões, e que "o presente é seu!".
O meu presente, no caso, estava indicado num papelzinho dentro de um balão. Bastava que eu estourasse um balão e abrisse o papelzinho para ganhar um brinde.
Simpático!
Estourei um balão azul. O papelzinho indicava que meu presente era um achocolatado em pó. Juntei o achocolatado às compras, agradeci a gentileza e segui caminho, faceiro.
Em casa guardei as compras, sem dar atenção especial ao achocolatado que ganhara. Afinal, era só um achocolatado.
Dias depois, ao abrir a latinha para um shake matinal, resolvi verificar o prazo de validade do achocolatado.
O produto venceria dali a poucos dias. Ou seja, eu não teria como consumir
todo o achocolatado antes do vencimento. Exceto que eu comesse o pó às colheradas, providência fora de cogitação.
Antipático!
Me senti usado.
De pronto, concluí: a loja pôs no ar uma promoção simpática para celebrar aniversário mas empregou um artifício antipático para colocá-la em prática. A loja estava presenteado os clientes com produtos prestes a vencer!
Isso não se faz.
Pela saúde do próprio estabelecimento, isso não se faz.
É como se eu limpasse a geladeira, tivesse um rompante de generosidade e presenteasse moradores de rua com os restos que, de outra forma, dispensaria no lixo.
Retornei à loja para informar os atendentes do meu descontentamento.
As atendentes ficaram roxas, verdes, azuis igual comida vencida.
Desejei-lhes feliz aniversário, mas deixei claro que provavelmente eu não compareceria à próxima festinha.
Opinião
Gilberto Blume: no dia do aniversário, estabelecimento 'presenteia' com artigos prestes a vencer
Pela saúde do próprio estabelecimento, isso não se faz
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: