Gilberto Blume: Sartori e Dilma não têm nada de bobos. Na campanha, ambos rejeitavam aumento de impostos

O programa Atualidade da Rádio Gaúcha reproduziu ontem trechos de promessas cometidas por José Ivo Sartori e Dilma Rousseff na campanha eleitoral do ano passado. Há um ano, portanto, o candidato Sartori anunciava que investiria forte em segurança pública, classificado pelo próprio como o mais grave problema dos gaúchos. Sartori descumpriu a promessa, e no horizonte não há sinais de que vá cumpri-la.

Antes que alguém, como sempre, recorde que Sartori recebeu o Estado quebrado, cabe perguntar:

- O candidato desconhecia a situação?

O Atualidade refrescou a memória do ouvinte reproduzindo trechos de uma fala da candidata Dilma no qual ela dizia que reduziria o preço da energia elétrica. Mal assumiu, Dilma apunhalou o consumidor com reajustes que chegam a 50%.

Sartori e Dilma não têm nada de bobos: ambos rejeitavam com veemência qualquer especulação sobre aumento de impostos. Nove meses após as posses, governador e presidente ministram o tal remédio amargo: metem a mão no bolso do cidadão com aumentos de impostos. Reformas estruturais profundas na máquina pública que poderiam reduzir os custos oficiais, porém, nenhum dos dois anunciou - de novo.

O site pioneiro.com não é definitivo nem fornece dados científicos, mas é um termômetro dos interesses do cidadão.

Nesses dias em que a insegurança ficou mais palpável, o site registrou as seguintes matérias entre as mais lidas:

- Mulher tem carro e malas roubados quando chegava de viagem em Caxias

- Mulher é assaltada dentro de banco em Caxias

- Supermercado Andreazza é assaltado em Caxias

- Especialista em segurança aponta mais de 20 quadrilhas em Caxias

- Ladrão armado com faca rouba R$ 60 de ônibus da Visate

- Homem é morto a tiros no bairro São José

- Casas são furtadas nos bairros São Caetano e Kayser

- Motorista é assaltado na sinaleira em Caxias

- Identificado homem morto no Desvio Rizzo

A lista acima é o retrato das conversas que entabulamos e ouvimos nas rodas. Pior de tudo é saber que a perspectiva é ruim.