Gilberto Blume: nestes 7 e 20 de setembro celebraremos o que, mesmo?

Setembro é o mês do ano mais representativo para o coletivo gaúcho. Este setembro, contudo, chega sombreado, nebuloso, pesado, confuso e com perspectivas próximas do zero.

Neste 20 de Setembro celebraremos o que, mesmo?
 
Como a aurora precursora
 
Do farol da divindade
 
Foi o Vinte de Setembro
 
O precursor da liberdade
 
A Revolução Farroupilha vai longe (1835-1845), mas até pouco tempo atrás os farrapos da guerra ainda moldavam o orgulho, a valentia, a determinação, a busca pela liberdade do gaúcho, valores nada desprezíveis quando aplicados a todo um povo.

Hoje, o legado que aquela guerra deixou parece se restringir a desfiles protagonizados e assistidos por centenas de milhares de gaúchos.

Sobrou algo mais?
 
Mostremos valor, constância
 
Nesta ímpia e injusta guerra.
 
Sirvam nossas façanhas
 
De modelo a toda Terra
 
Os sucessivos governos que elegemos trataram de dilapidar os cofres públicos, em ações nada condizentes com o 20 de Setembro que todos eles promoveram, prestigiaram, defenderam.

O povo gaúcho e os governos gaúchos reverenciam revoluções diferentes.

Passou da hora de cidadãos e políticos falarem a mesma língua e hastearem a bandeira da igualdade tão alardeada no 20 de Setembro mas longe de ser levada a sério.
 
Mas não basta pra ser livre
 
Ser forte aguerrido e bravo
 
Povo que não tem virtude
 
Acaba por ser escravo
 
Tomara este setembro sirva para que os gaúchos acordem e comecem a batalhar pelas causas que verdadeiramente importam. A mesma esperança se aplica ao país, pois setembro também é o mês da Independência do Brasil. Estamos independentes do que, mesmo?

Infelizmente, nem aqui nem em Brasília se vê esforço concreto para alterar o jeito de fazer política, para reformar a estrutura desse sistema que exclui, cobra impostos altíssimos e devolve quase nada.

A propósito, você sabia que desembolsará R$ 3,7 mil a mais por ano caso os aumentos dos impostos propostos por Sartori entrem em vigor? Xô, setembro.