Morar na periferia tem lá suas vantagens e encanto em relação a morar no centro.
Entre muitos exemplos, relato um acontecimento que só se daria num bairro, onde os moradores ainda desejam bom-dia uns aos outros, avisam que vão viajar para que os demais fiquem de olho na casa, reguem plantas, alimentem galinhas.
Como diria um paulista, então:
Então ainda nem eram sete da matina e meu telefone tocou. Do outro lado da linha, Vera uma ex-vizinha, avisava que vertia água em cântaros de meu pátio em direção à rua e dali até a boca de lobo mais próxima, onde desaparecia nos subterrâneos da cidade.
Vera, a ex-vizinha, fora avisada do incidente por Leila, uma vizinha que levava o filho Vinícius à creche e, por algum motivo, não tinha meu telefone à mão àquela hora.
A Leila viu o rio de água tratada se esvaindo e telefonou para a Vera, que me avisou.
Terminei de acordar, levantei e saí para ver o tamanho do problema. O problema era imenso, caudaloso, um riacho cristalino escorria para a rua por meio de uma cano que furara.
Eu ainda olhava a cena tentando reunir o tico e o teco recém despertos para que me ajudassem a estancar a água quando...
- Bom dia! Ah, então é aqui o problema.
Era o Negrão do lado de fora do portão, na calçada, calculando o dano.
Negrão chegara para abrir a loja de materiais de construção ali perto e vira o incomum córrego dominando a rua.
Além de retribuir o bom-dia, nada mais fiz: Negrão fechou o registro do hidrômetro e estancou a sangria.
Agradeci e, confesso, voltei para a cama a fim de relaxar a mente e criar coragem para enfrentar a situação.
Bingo!
Procurei Seu Garbin, duas quadras adiante e excelente faz-tudo da área.
Seu Garbin estava ocupado em outra empreitada, mas pediu umas horas de tempo e depois foi me socorrer.
As pessoas, não é novidade, ainda fazem toda a diferença entre termos ou não termos qualidade de vida.
Pena que, parece, cada vez menos gente defende essa verdade.
Opinião
Gilberto Blume: as pessoas, não é novidade, ainda fazem toda a diferença entre haver ou não qualidade de vida
Pena que, parece, cada vez menos gente defende essa verdade
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