Gilberto Blume: assim vamos avançando na política, com avanços, recuos e algumas bolas nas costas

A política é assunto apaixonante porque é feita de detalhes, recuos, avanços, algumas bolas nas costas.

O governo Dilma.

O governo Dilma nunca teve oposição no Congresso até contrariar interesses dos todo-poderosos Renan Calheiros e Eduardo Cunha, peemedebistas decanos na arte de enrolar, mas sempre grudadinhos nos governos, quaisquer governos em qualquer época.

A Câmara dos Deputados agora é mais oposição ao governo do que nunca. Concordemos ou não com a condução que o ex-aliado Cunha dá aos trabalhos dos deputados, o fato é que a Câmara está mais atuante do que quando o aliado  Cunha estava satisfeito com o governo.

Alô, patrulha: bem longe de mim defender ou criticar político A ou político B, são apenas observações possíveis a qualquer um de nós.

Dilma sempre governou com o apoio da maioria dos parlamentares. Segundo ela, alianças tão amplas e improváveis (Lula com Sarney?) são necessárias para assegurar a governabilidade, seja lá o que isso signifique.

O governo Alceu.

O governo Alceu também nunca teve oposição verdadeira. Basta olhar à Câmara para perceber que praticamente todos os partidos estão comprometidos com Alceu. O PT inexiste. Daniel Guerra, enquanto tucano, era mais oposição a Sartori e a Alceu do que o PT. Neste momento a oposição é exercida por outro aliado do prefeito. Guila Sebben, do PP, puxou para si cobrar a promessa descumprida de instalar ciclovias na área central. Guila tem interesse em apoiar os ciclistas? Tem, naturalmente, mas a política é integralmente feita de interesses. Caso não fosse, permaneceríamos parados feito postes.

Os políticos e a política também se constroem com grandes mancadas. O PDT de Alceu promover reuniões partidárias dentro da prefeitura é de um amadorismo doloroso. Com parceiros assim, Alceu nem precisa de oposição para sofrer arranhões de imagem.

Assim vamos avançando, com avanços, recuos e algumas bolas nas costas.