A Polícia Civil de São Francisco de Paula investiga a relação de uma quadrilha de abigeato presa em Garruchos com o furto de gado em Cazuza Ferreira e Lajeado Grande. Uma das hipóteses da delegada Fernanda Seibel Aranha é que animais furtados no Noroeste do Estado eram trazidos para a Serra, e os da Serra eram levados para o Noroeste. Porém, por enquanto, bois e vacas furtados em Caxias e Cazuza não foram localizados.
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A Polícia Civil monitora dois suspeitos que podem ter relação com os furtos nos distritos. Um deles é arrendatário de campo na cidade.
No dia 5 de julho, três homens foram presos em flagrante pelo furto de 25 cabeças de gado do interior de Garruchos. A abordagem da polícia ocorreu na BR-285, em Santo Antônio das Missões. Os homens foram identificados como Albino Fernandes Marques, natural de Santo Antônio das Missões, Douglas Paim Velho e Tiago Silveira Xavier, os dois naturais de Caxias do Sul.
Os veículos usados, um caminhão e uma caminhonete S-10, tinham placas de Soledade e Caxias, respectivamente. Por ser produtor rural, Marques conseguia emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) e nota fiscal fria.
Dias depois, em 14 de julho, outros três abigeatários foram presos preventivamente em Garruchos. Dezessete vacas furtadas em Roque Gonzales, também nas Missões, em 29 de abril, e duas éguas crioulas furtadas em Santo Antônio das Missões, em 2 de julho, foram encontrados em propriedades de São Francisco de Paula e Cambará do Sul. As duas operações foram coordenadas pela delegada Tânea Bratz, de Roque Gonzales, que responde pelas outras duas cidades.
- Eles eram articulados. Observamos que cada pessoa dessa organização tinha uma função: uma carregava o gado, o outro dava o destino. Eles também emitiam notas fiscais e conseguiam Guias de Trânsito Animal (GTA), que possibilitava o trânsito dos animais furtados - completa a delegada.
Na metade de junho, a Polícia Civil de Caxias recuperou 12 reses localizadas em uma propriedade no distrito de Criúva, furtadas de uma chácara em São Francisco de Paula, em maio. Ninguém foi preso. Em julho, um homem foi preso em uma chácara às margens da RSC-453, na entrada do bairro Serrano, suspeito em envolvimento de furto e abate clandestino de gado.
Do primeiro caso, as investigações ficaram a cargo da Polícia Civil de São Francisco de Paula. A reclamação dos criadores é de que Civil e a Brigada Militar da cidade não têm efetivo suficiente para atender o município, cuja área é de 3.273km. Em Lajeado Grande, a comunidade chegou a construir um posto para a BM, que está atualmente desocupado.
- A polícia tenta, não é culpa dela, mas o município é muito grande. Se enxergarmos algo suspeito, com o tempo que leva para eles virem até aqui, o ladrão carregou o caminhão e foi embora. E eles (os criminosos) são ousados, parece que não têm medo - reclama um criador.
A delegada de São Francisco de Paula confirma: a Civil funciona apenas com cinco funcionários. Além da delegada, são três escrivães e um investigador.
- A extensão é grande e não existe patrulhamento nessas localidades. A falta de efetivo desencadeia ações mais audaciosas e dificulta a investigação. Estamos monitorando dois suspeitos e solicitamos algumas medidas ao Poder Judiciário - explica Fernanda Seibel Aranha.
Abigeato
Gado furtado em São Francisco de Paula seria levado ao Noroeste do Estado
Em quatro meses, mais de 100 animais foram furtados no município
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