O Festival Gaúcho e Gastronômico de Arte e Tradição (Feggart), que ocorre de sexta a domingo em Farroupilha, mobilizou a cidade. Dançarinos e tradicionalistas que participaram do festival na década de 80 e 90 deixaram de lado os compromissos com suas próprias entidades, arregaçaram as mangas e ajudaram a organizar os três dias de festa.
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O vestido amarelo com fitas mimosas é uma das lembranças de uma campeã: em 1990, Elenice Girelli, na época com 16 anos, subia ao palco do antigo Fegart de Farroupilha com o CTG Ronda Charrua para dançar a saudade da Serra. Naquele ano, o Ronda colocou 16 pares no palco - quando o comum entre as entidades era oito - cantou em italiano durante a apresentação de entrada e saída e foi aplaudido de pé pelo público. Era um prelúdio do que o próprio Ronda é hoje.
- Ganhar o Fegart era o nosso sonho. Não esqueço do anúncio do prêmio, com o locutor dizendo que o grande campeão era de Farroupilha. Estávamos ensaiando há dois anos para aquele festival - relembra.
Naquela época, as coreografia tinham mais sarandeio de prendas (movimento com a saia ou o vestido) e sapateio dos peões, ao invés das encenações coreográficas que marcam os festivais hoje.
- A grande mudança é o profissionalismo. Há mais organização, as regras são mais definidas, os próprios músicos são mais profissionais - continua.
Hoje, Elenice, com 41 anos, acumula diversas funções no Ronda: é diretora do departamento cultural, prepara as prendas para o concurso estadual, é assessora da coordenação da invernada adulta e mãe de uma prenda e um peão da invernada Mirim. Este ano, ela, que já foi intérprete vocal, apresentará o concurso da modalidade no final de semana.
De dançarino a instrutor
São 17 anos de Fegart/Enart e um gosto que virou profissão: Rodrigo dos Santos, conhecido como Tibica, passou de dançarino a instrutor de dança. Entre 1994 a 1996, Tibica participou das edições do antigo Fegart em Farroupilha pelo CTG Rancho de Gaudérios. A mais especial foi a de 1995, quando a entidade homenageou o município, criando uma nova letra para uma música de Os Monarcas: Erechim, História e Canto virou Farroupilha, História e Canto, uma inovação para a época.
- Tudo era mais simples, não tinha cenário. Um peão levantar uma prenda, como vemos hoje, era coisa de outra mundo - lembra ele, aos 35 anos.
Instrutor de cinco CTGs, inclusive do Rancho, optou por auxiliar o concurso de danças tradicionais do Feggart. Por conta disso, as invernadas que ele ensaia não participarão do evento.
- No início eles ficaram um pouco chateados, mas eu precisava dar essa contribuição ao festival quer tantas alegrias me trouxe - encerra.
Tradição gaúcha
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