O Hospital São Carlos, em Farroupilha, está desde o dia 12 deste mês, com um aparelho estragado. O equipamento chamado de Arco Cirúrgico ou Intensificador de Imagens, é uma espécie de Raio X, e é utilizado no bloco cirúrgico para ampliar as imagens. Sem ele, os médicos não podem realizar cirurgias nas áreas de traumatologia, ortopedia e neurologia.
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Oito pacientes aguardam cirurgia, e precisam ser transferidos com urgência para outras instituições, segundo a equipe médica do São Carlos. A empresa General Eletric do Brasil encaminhou a peça do equipamento, por avião, para Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira. Assim, há possibilidade do problema ser solucionado em breve.
Contudo, de acordo com o gerente geral do hospital, Francisco Isaias, esses pacientes podem não resistir a espera. Por isso, a instituição irá encaminhar a documentação dos pacientes ao Ministério Público para conseguir a transferência. Ele explica que já entrou em contato com a Central de Regulação de Caxias do Sul e com o Hospital Pompéia, em busca de ajuda, já que os médicos alertam para o risco de morte dos pacientes.
Isaias coloca inclusive os médicos, anestesistas e próteses à disposição para a realização de cirurgias, já que precisam apenas do bloco cirúrgico. Isaias pede ajuda para que esses pacientes sejam transferidos e passem por cirurgia.
- Estamos tendo uma dificuldade desumana em conseguir a transferência desses pacientes. Temos uma senhora com mais de 90 anos. A minha equipe já me relatou e já informamos o Ministério Público que alguns desses pacientes não vão aguentar, não vão suportar a espera. Precisamos de ajuda para aliviar o sofrimento desses pacientes e salvar alguns que estão sob risco de vida nesse momento - relata o diretor.
Os pacientes não podem ser atendidos em Caxias, porque não são da área de cobertura de atendimento do município. Desde o início de julho, moradores de 33 municípios que recorriam ao São Carlos não recebem atendimento porque a direção hospital decidiu atender apenas pacientes de Farroupilha. A decisão foi motivada por questões financeiras.
O Hospital Pompéia de Caxias do Sul assumirá provisoriamente as cirurgias de alta complexidade em traumatologia e ortopedia, que era responsabilidade do São Carlos, a partir de setembro. O acordo foi firmado durante reunião da Comissão Intergestora Regional da Macro Região Serra (CIR) na terça.
Há ainda a questão do Hospital Geral, que enfrenta problemas financeiros. A direção afirma que, sem recursos, dos 218 leitos, cerca de 40 devem ser fechados. Contudo, a secretária de Saúde de Caxias, Dilma Tessari, já adiantou a reportagem que o município e os demais 48 municípios da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde não conseguem arcas com os custos da instituição.
Urgência
Equipamento estragado impede cirurgias no hospital de Farroupilha
Médicos não podem realizar operações nas áreas de traumatologia, ortopedia e neurologia
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