A pergunta mais comum para as pessoas que sofrem de Alzheimer é "Quem sou eu?", já que na maioria das vezes, a pessoa que sofre da doença vai perdendo a memória e não lembra sequer das pessoas que vivem com ela. Além disso, situações simples do dia a dia, como trocar de roupa ou saber onde mora, já não são mais possíveis sem ajuda.
Para o neurologista Rafael Felipe Pauletti, os sintomas de Alzheimer começam a aparecer a partir dos 60 anos e podem ocorrer até aproximadamente os 75.
- Não existe como evitar a doença, mas se sabe que quando se usa muito o cérebro quando jovem, tende a desenvolver esse quadro mais tarde e quanto mais tarde, mais leve será os sintomas da doença. Isso se for desenvolver a doença - explica.
O Alzheimer não tem cura e sabe-se que o quadro da doença sempre evolui e piora em graus diferentes para cada pessoa, afetando assim, a memória, a coordenação motora e a cognitiva.
A psicóloga com formação em lutos e perdas, Fernanda Bianca Garcia, que já trabalha com Alzheimer há oito anos na Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), diz que após constatado o diagnóstico, as pessoas que convivem com o doente devem buscar orientação de manejo e tratamentos disponíveis com especialistas e grupos de apoio.
A aposentada Gemma Maria Barp Folchini faz tratamento contra o Alzheimer desde 2007. Pelas dificuldades de diagnosticar a doença, ela estava sendo medicada para depressão. Depois de as pessoas insistirem, ela resolveu trocar de especialista, quando foi diagnostica com a Alzheimer.
Na época, não se ouvia falar muito sobre o Alzheimer e os quatro filhos precisaram se preparar para compreender o que estava acontecendo com a mãe.
Conforme a filha Madalena Maria Folchini, 60, perceberam que algo estava estranho com a mãe, pois ela começou a esquecer das coisas, trocar as roupas, entrava dentro do guarda-roupa e dizia que a porta não abria, misturava as palavras e se agitava muito.
- Hoje, a mãe está com 88 anos e é totalmente dependente da gente, mas acreditamos muito no amor e na fé. Nem sempre ela reconhece as pessoas, mas rezamos todas as noites e ela lembra do nome de todo mundo - explica.
Madalena pergunta para a mãe:
- Quem sou eu?
- Mãe, eu sou a Madalena!
- É mesmo, é a Madalena.
A filha Carla Folchini, 52, lembra que quando diagnosticaram a doença, a família ficou apavorada.
- O médico nos passou uma bibliografia sobre o assunto, mas não quis ler, pois sabia que seria difícil. Acabei me informando através de outros meios para me preparar. Tenho certeza que ela ainda lembra de nós e de algumas coisas do passado pelo incentivo que é dado a ela - lembra.
Orientação
Conforme a doença vai progredindo, a recomendação é para que o idoso não dirija mais.
Colocar uma plaquinha de identificação, (como uma correntinha), com nome, endereço e telefone, para o caso de o idoso se perder e não lembrar quem é e onde está.
Melhor idade
Alzheimer não tem cura, mas mudanças podem melhorar qualidade de vida
O quadro da doença sempre evolui e piora em graus diferentes para cada pessoa
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