É motivo de orgulho, de alegria e de esperança a premiação recebida pela estudante universitária são-marquense Joana Pasquali, que conquistou este ano o primeiro lugar na 28ª edição do Prêmio Jovem Cientista, promovido nacionalmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ufa, como se vê pela extensão dos nomes do prêmio e das instituições que o promovem, não se trata de coisa pouca.
E não é mesmo. Pelo contrário, é coisa grande, e boa. Muito boa. A iniciativa governamental tem como foco incentivar o despertar do pensar e do fazer científicos entre estudantes dos ensinos médio e universitário de todo o país em busca de soluções para questões que afetam o cotidiano das pessoas. Afinal, é para isso que a Ciência serve, ou deveria servir. A edição deste ano do Prêmio Jovem Cientista voltou-se ao tema da Segurança Alimentar e Nutricional, recebendo a inscrição de 1,9 mil trabalhos de todas as partes do país. Caiu como uma luva para a ideia que a jovem Joana, de 17 anos, vinha matutando: o que fazer para reagir ao escândalo da adulteração de milhões de litros de leite registrado no nosso Estado a partir da Operação Leite Conden$ado?
Transformando a garagem de casa em laboratório, Joana, que no ano passado estava no final do Ensino Médio (ganhou o prêmio nessa categoria, dividindo o primeiro lugar com outro gaúcho, Deolan Perini, de Erechim, que se destacou na categoria Ensino Universitário), criou um kit simples e eficaz que detecta em apenas um minuto a existência ou não de substâncias tóxicas no leite, o Detectox. Agiu como cientista e como cidadã e pimba: ganhou o prêmio.
Hoje, a jovem cientista Joana cursa Engenharia de Materiais na Universidade de Caxias do Sul, com a certeza de ter cumprido seu papel de cidadã, enriquecendo um ciclo virtuoso que teve início com a ação da polícia que desvendou a fraude. Funciona assim, esse ciclo, com cada agente cumprindo o seu papel: a polícia desvendando e prendendo; a Justiça condenando; a imprensa divulgando e os cidadãos reagindo a partir do conhecimento dos fatos. Joana reagiu sendo propositiva, ativa, alterando para melhor o mundo ao seu redor, criando aqui no Estado o antídoto para o veneno também surgido aqui no Estado. Antes de ser a cientista que de fato é, Joana é cidadã. Parabéns.
Opinião
Marcos Kirst: afinal, é para isso que a ciência serve, ou deveria servir
Joana reagiu sendo propositiva, ativa, alterando para melhor o mundo ao seu redor, criando aqui no Estado o antídoto para o veneno também surgido aqui no Estado
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