Quem tem comparecido em Torres neste começo de temporada tem se surpreendido com a limpeza das praias. A limpeza é em todos os aspectos, tanto na areia quanto no visual geral. O asseio tem explicação simples: as praias de Torres estão livres dos quiosques. Sem quiosques poluindo o visual, ganham os cenários de Torres. A foto de qualquer ponto de Torres ficará mais bela sem a interferência antinatural dos quiosques. Mais: sem quiosques, os veranistas sem noção ficam sem opções para comprar comes e bebes e abandonar os restos nas areias. Por esses dias as praias estão livres de copos, plásticos, espigas, cocos, embalagens. É outro papo, é incomparavelmente mais agradável ver Torres limpa.
Neste assunto sou um ET, admito. Prefiro Torres assim, sem barracas de comes e bebes. Essa minha preferência, aliás, se estende a todas as praias: sem quiosques. Não aprofundarei a defesa porque tenho plena noção de que seria enterrado igual tatuíra derrotada. A plebe acha importante consumir, consumir, consumir à beira-mar. Quem sou eu para defender o fim das barracas de praia?
A fase de Torres sem quiosques está com os dias contados. A prefeitura espera que até 15 de dezembro a Fepam autorize a instalação dos quiosques. Neste ano houve licitação, primeiro passo para que as barracas não ajudem a detonar as praias. Será assim: haverá 53 quiosques nas seis praias (Molhes, Praia Grande, Prainha, da Cal, da Guarita e praias do Sul (direção a Itapeva). Cada barraca deverá manter 50 metros uma da outra (o espaçamento era de 20, 30 metros). A licitação determina que os vendedores explorem as praias entre 15 de dezembro e 15 de março. Os contratos são de três anos.
Importante: cada quiosque terá quatro lixeiras, dois para resíduos orgânicos e dois para resíduos recicláveis. Até hoje, cada vendedor oferecia uma ou duas lixeiras, sem distinção entre orgânico e seletivo. É um baita avanço, especialmente porque a multiplicação de lixeiras se dá graças a uma parceria dos quiosqueiros com a ONG Praia Limpa e com os recicladores de Torres. O projeto é ambicioso, tomara dê certo. Para que dê certo, o veranista precisa assumir suas responsabilidades. Se os quiosques são inevitáveis, que a bagunça pelo menos seja limitada.
Opinião
Gilberto Blume: A fase sem quiosques das praias de Torres está com os dias contados
É outro papo, é incomparavelmente mais agradável ver Torres limpa
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