Com dois pedestres atropelados no intervalo de nove horas entre sexta-feira e sábado, a ERS-122 se consolida como a rodovia mais perigosa na Serra.
A maioria das 21 mortes deste ano aconteceu em trecho de 18 quilômetros, entre o trevo de Monte Bérico, em Caxias do Sul, e a rodoviária de Farroupilha. O trajeto é densamente povoado e cortado por acessos a bairros e empresas, o que potencializa acidentes.
A inexistência de rotatórias e passarelas nesse trajeto explica porque ocorrem tantas colisões e atropelamentos. Nem mesmo a fiscalização reforçada com radares é suficiente para conter tamanha violência sobre rodas.
A vítimas mais recente é das 2h40min de sábado, no Km 69, em frente à empresa Vidro Forte. Um homem sem identificação aparentando cerca de 35 anos foi atingido por um veículo e morreu antes de receber socorro. O motorista fugiu sem prestar socorro.
O corpo recolhido no Departamento de Perícias do Interior (DPI) é de um homem magro, com estatura média, cabelo castanho cacheado, pele morena e com a letra S tatuada no braço esquerdo. Dez quilômetros adiante, em direção a Farroupilha, José Carlos Pereira da Veiga, 44, morreu quando tentava atravessar a rodovia no Km 59, na entrada do bairro Industrial.
Apesar de tantas vítimas fatais e do clamor popular, a solução não virá tão cedo. O acesso a Monte Bérico, em Caxias, é um dos pontos mais emblemáticos, com cinco mortes. No entanto, a colocação de sinaleiras e sinalização ficou para dezembro. A data para as obras foi acordada em junho em reunião entre Ministério Público (MP), Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra) Daer.
A mudança saiu após acordo judicial que oficializou o prazo. A obra foi anunciada como medida paliativa e urgente pelo Estado ainda em maio. O anúncio prometia a conclusão das obras em até 90 dias, tendo em vista que passaria por licitação.
Na semana passada, a prefeitura e empresas privadas reuniram-se com o Daer para apresentar projeto de melhorias no trecho de Farroupilha. Entre as propostas está a construção de duas passarelas para pedestres, uma no entroncamento da ERS-122 como a RSC-453, e a outra na altura da empresa Soprano. Contudo, o projeto passa por análise do Daer e não há prazo.
Na tarde de sábado, familiares de Maria Antônia Coser Alberti, 54, trancaram o trânsito no Km 59, próximo à rodoviária de Farroupilha. A mulher morreu atropelada por uma Ecosport na noite de 27 de julho, um domingo.
OUTRAS ESTRADAS
A RSC-470, entre Garibaldi e Nova Prata, é a segunda rodovia com mais mortes em 2014 na Serra, com 18 casos. O ranking é seguido pela Rota do Sol (RSC-453), entre Caxias e São Francisco de Paula, pela BR-116, entre Vacaria e Nova Petrópolis, e pela BR-285, na região de Vacaria.
Trânsito
ERS-122 é a rodovia com mais acidentes fatais na Serra neste ano
Maioria das mortes aconteceu entre Caxias e Farroupilha
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