Cemitério Municipal de Caxias é cenário de depredação e prostituição

O Cemitério Municipal de Caxias do Sul serve como cenário para sono de moradores de rua, depredação, furto de objetos dos jazigos e prostituição. Em menos de duas horas de observação, o Pioneiro flagrou cenas atípicas para um patrimônio público. A movimentação ocorreu por volta das 15h da segunda-feira, enquanto um grupo de idosos acompanhava a tradicional missa na Capela Central.

Durante a observação, um grupo de cinco jovens pulava sobre as lápides e chutava flores. Eles intimidaram mulheres que visitavam túmulos por perto e deixaram apressadas o lugar. Depois, uma garota de programa saiu tranquilamente do cemitério pela escadaria principal. Passou na frente da sala da administração e caminhou em direção ao bairro Euzébio Beltrão de Queiroz. Na sequência, o cliente, um homem com cerca de 40 anos, saiu de um dos jazigos e seguiu pela direção oposta. Ele sequer disfarçava ao arrumar as roupas que vestia. Nenhum guarda municipal patrulhava o lugar.

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Além da falta de respeito, a depredação incomoda quem tem famílias sepultadas no lugar. A dona de casa Adriane Maria Pinto, 48 anos, foi surpreendida no domingo quando visitava o jazigo da mãe. Adriane não precisou usar a chave do cadeado que protegia a porta porque estava arrombada. Ao entrar, assustou-se. Roupas sujas de sangue e urina estavam no chão misturadas a restos de preservativos. O cheiro repugnava. Além da sujeira, um banco de mármore que pesava pelo menos 30 quilos desapareceu do jazigo.

- Vou repor os objetos para serem levadas de novo? É uma falta de consideração, eu tenho medo de voltar lá - confessa.

Segundo a Secretaria Municipal de Segurança, não há guarda lotado integralmente para patrulhar o Cemitério há um ano. Isso ocorre pela falta de posto fixo adequado para o profissional se abrigar. O que era usado até então pela equipe foi interditado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da prefeitura. Por enquanto, as viaturas só se dirigem ao lugar caso ocorram denúncias ou esporadicamente. A intenção é que a partir de setembro um guarda fixo volte ao cemitério.

- Não é prioridade quanto a segurança de Caxias do Sul por não ter grande fluxo de pessoas. Se precisarmos optar por investir em assegurar a Praça Dante ou o Cemitério, por exemplo, claro que priorizaremos a praça - afirma o Secretário Municipal do Meio Ambiente, Adivandro Rech.