O morador de rua que morreu em frente ao Banco do Brasil na Rua Marquês do Herval, em Caxias, na manhã desta segunda-feira, era conhecido por voluntários que auxiliam pessoas que dormem ao relento. É provável que o frio seja a causa da morte. Um dos líderes do grupo Anjos da Noite, que visita essas pessoas mensalmente e fornece ajuda, conta que o homem foi procurado pelo menos duas vezes pelos voluntários.
Além de doar comida e roupas para ele, o grupo disse que o levaria de volta para a casa onde vivia, em Flores da Cunha. Ele recusou ajuda porque se sentia rejeitado pela família, já que costumava beber com frequência.
- Ele tinha problemas com alcoolismo e doenças cardíacas, e era um senhor bastante triste. Pelo que comentava, receberia a aposentadoria aqui na cidade. Mas acredito que isso não aconteceria, porque não tinha documentos - avalia o voluntário Anderson Tomé.
Segundo o coordenador do Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua, o POP Rua, Júlio Cesar da Silva Chaves, a equipe teria feito a ronda noturna para oferecer acolhimento aos moradores de rua das 19h às 22h.
- Ninguém estava dormindo naquele ponto quando passamos por lá. Segundo alguns moradores de rua me contaram, ele estava até sem camisa e chegou bem mais tarde - detalha Chaves.
As rondas noturnas do POP Rua integram o programa Caxias Acolhe. Desde que as temperaturas começaram a cair, os profissionais de assistência social visitam pontos que costumam servir de abrigo para os moradores e oferecem lugar para repousarem durante a noite, além de direito a banho e lanche. Eles são dispensados no começo da manhã. Na noite do domingo, das 12 abordagens feitas, somente cinco aceitaram ser encaminhados para abrigo.
Ao lado da Praça Dante
Morador de rua que morreu na Rua Marquês do Herval, em Caxias, teria recusado ajuda
Grupo de voluntários tentou fazer retorná-lo para a casa onde vivia, em Flores da Cunha
GZH faz parte do The Trust Project