O visível desconforto em atender o público e os palavrões jogados contra jornalistas no Santuário de Caravaggio, em Farroupilha, são indícios de que o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, não superou a dificuldade para se relacionar fora dos gramados. Mas essa postura já foi pior.
Depois de ganhar a Copa do Mundo de 2002, Felipão procurou especialistas em gestão de imagem para buscar um reposicionamento no mundo do futebol. Arthur Bender, um dos maiores estrategistas de marcas no Brasil, elaborou um plano mostrando os erros e acertos do ídolo nacional e propostas de ajustes.
Antes de embarcar para treinar a seleção de Portugal, Felipão levou as dicas do guru. Parte do plano foi aplicado pelo técnico, mas ele jamais conseguiu lidar tranquilamente com o assédio.
- Ser público em todos os momentos poder ser terrível para o Felipão. Mas isso tem mais a ver com a sua simplicidade que beira a rudeza. Ele é transparente e está numa panela de pressão, mas a grosseria deveria ser evitada - pondera Bender.
O estrategista lembra que o comportamento do técnico contava a seu favor em 2002. A equipe de Bender realizou pesquisa de massa e constatou que a popularidade dele se comparava a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Ele melhorou muito em relação ao passado quando partia para brigar de fato. Entendo, porém, que sua imagem de vencedor e de ídolo seria eterna se tivesse encerrado a carreira com o penta. Mas é uma escolha difícil, está no sangue dele trabalhar sem parar, algo típico dos italianos - conclui Bender.
Caravaggio
Ser público em todos os momentos pode ser terrível para Felipão, diz ex-guru
Arthur Bender ajudou a reposicionar imagem do técnico da Seleção pós-Copa do Mundo de 2002
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