A barragem do Marrecas, inaugurada há um ano e seis meses, ainda não dá sinal de que funcionará em breve. Por conta de testes nem sempre bem sucedidos na casa de bombas e no reservatório de tratamento de água, a data para que o sistema esteja em pleno funcionamento já foi adiada muitas vezes e segue indefinida. Enquanto isso, o complexo do Marrecas (lago, barragem e casa de máquinas) serve de ponto turístico para a população, que pode até agendar visitas monitoradas. A "atração" faz parte, inclusive, da programação da Semana de Vila Seca e da 7ª Festa do Pinhão.
Baseado no argumento de que os demais reservatórios da cidade estão cheios, o Samae não demonstra preocupação nem pressa diante da demanda do Marrecas.
_ Estamos trabalhando com calma. Na semana que vem faremos novo teste no "pulmão" da casa de bombas, para então retomar os teste de bombeamento de água bruta até a Estação de Tratamento de Água (ETA). Já estamos trabalhando na análise da água que será entregue à população _ informa o presidente da autarquia, Edio Elói Frizzo, que prefere não arriscar novo prazo para o funcionamento do sistema.
_ Sou muito cobrado por isso, prefiro não falar mais sobre datas _ desconversa.
A ETA Morro Alegre, no distrito de Vila Seca, já tem água do Marrecas graças a testes realizados no começo do mês de abril. Foram bombeados até o reservatório cerca de 1,5 milhão de litros, até que um novo problemas numa das flanges da casa de bombas não suportou a pressão de refluxo da água, provocando vazamento. Em janeiro deste ano, também durante um teste, uma peça de conexão se partiu em pedaços por conta da pressão da água.
Assim que todos os ajustes e análises forem feitas, a água será transportada por gravidade para o reservatório de chegada no bairro Jardim das Hortênsias, às margens da Rota do Sol, e de lá será distribuída para bairros da região do São Ciro, os primeiros a serem beneficiados com o abastecimento do Marrecas.
Ao mesmo tempo em que faz ajustes necessários na casa de máquinas e faz análises da água, o Samae avalia pareceres técnicos da Holanda Engenharia, empresa responsável pelo projeto técnico da barragem, para estabelecer qual solução será adotada contra os vazamentos que duplicaram na represa em menos de um ano. De certo é que haverá contratação de uma empresa para a aplicação de nata de cimento nas ombreiras (laterais) da parede externa, entre o concreto e as rochas. Também está em análise a injeção de poliuretano nas juntas dos blocos da barragem. Durante o enchimento do lago, técnicos identificaram pontos de vazamento nas laterais (ombreiras), na galeria de drenagem e inspeção e na parede externa. A informação chegou ao conhecimento do Ministério Público Federal que determinou uma investigação sobre as contas da obra e uma perícia na barragem. As investigações ainda não foram concluídas.
Abastecimento
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