No final da manhã desta quinta-feira, oito agricultores que aguardavam a abertura dos portões da Ceasa, na Rua Capitão Artemin Karam, no bairro Santa Lúcia, foram surpreendidos por um verdadeiro batalhão: carros da Brigada Militar, Guarda Municipal e Fiscalização de Trânsito integravam uma força-tarefa organizada pela Secretaria do Urbanismo. O motivo: denúncias sobre comércio ilegal.
De fato, muitos dos agricultores aguardavam a abertura da Ceasa para a comercialização de seus produtos. Irineu Menegotto, 58 anos, vem semanalmente de São Luiz da 6ª Légua para vender os tomates que cultiva. Aproveita e entrega algumas encomendas enquanto espera o horário de atendimento, às 14h:
- Isso está errado. Já está uma situação difícil produzir, imagina vender. E agora, querem nos impedir de vender nossos produtos. Não tenho condições de pagar uma multa por querer trabalhar.
Os fiscais da prefeitura expediram as multas de acordo com a legislação municipal, que proíbe a venda de mercadorias sem licença nos logradouros públicos, além do bloqueio do trânsito de pedestres e veículos nas ruas. A multa pode chegar até R$ 900.
Os vereadores Mauro Pereira (PMDB) e Kiko Girardi (PT) estiveram no local, em apoio aos comerciantes. De acordo com Mauro, não é certo a maneira como estão tratando os agricultores, como se fossem bandidos:
- Isso não prejudica só quem vende, mas quem compra os produtos. Os agricultores já estão endividados e agora precisam pagar multa para poder vender seus produtos. É um ato de covardia. O Ceasa precisa rever o horário de comercialização. A primeira coisa que faremos é tentar retirar essa multa dos trabalhadores.
A fiscalização da prefeitura não lavrou flagrante de venda ilegal. Caso contrário, as mercadorias teriam sido recolhidas.
O vereador levará a discussão para a sessão do legislativo na tarde de hoje.
Agricultura
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