Mesmo com calor histórico durante janeiro e fevereiro no Rio Grande do Sul, os moradores do condomínio Rizzo I, no Desvio Rizzo, não podem contar com o banho no chuveiro diário. Diariamente, por volta das 17h, ocorre falta de água no lugar. Há mais de 20 dias, 57 famílias improvisam a higiene com água da chuva ou mineral, que tratam de acumular em baldes. Nos fins, quando a concentração de moradores aumenta, a situação é mais crítica.
- Temos direito a pelo menos ter água, sabe? Nós pagamos a conta. Prefiro não lavar a louça ou as roupas porque meu marido é metalúrgico e, no fim do dia, merece tomar um banho de chuveiro - explica a dona de casa Sirlei de Fátima Luiz.
Durante o dia, ela escorre tímida pelas torneiras, com fluxo pequeno, mas já alivia a rotina dos moradores. Por isso, Sirlei é rápida: corre para encher garrafas de plástico com a bebida, a fim de garantir a refeição da família ou o banho do filho Arthur, de um ano. Na geladeira dela, ontem, 12 garrafas estavam cheias.
Mesmo que as quatro represas de Caxias estejam quase cheias, bairros como Forqueta, Pioneiro, Saúde, Pedancino, São Cristóvão e São José também relatam falta de água durante o dia, especialmente aos fins de semana.
A tubulação antiga e desatualizada da rede de distribuição de água da cidade é um dos motivos que provoca o problema. O problema de falta de água no Rizzo deve durar por, pelo menos, mais um mês. Isso porque após esse prazo, a obra de universalização e modernização do abastecimento, executada dentro do PAC 2, deve começar a funcionar. Na prática, são redes de grande diâmetros que devem melhorar o abastecimento nas casas. Prevista para as regiões leste, oeste e sul, 35 dos 45 quilômetros de rede de distribuição estão instalados. No entanto, o sistema ainda não começou a funcionar.
- Na região oeste (que beneficia o Rizzo) o processo está bem encaminhado. Deve demorar, no máximo, 15 dias para entrar em funcionamento, isso porque resta a implantação de energia elétrica em alguns itens. Com isso, a falta de água vai ser resolvida - explica o engenheiro do Samae, Leonério de Castilhos.
Cotidiano
Mesmo com represas de Caxias quase cheias, falta de água atinge bairros da cidade
No Desvio Rizzo, moradores tomam banho com balde
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